FANTASIAS
Com base no enredo, são feitos os figurinos, os quais vão dar origem
à criação artística que constitui a fantasia dos personagens do tema
proposto.
Normalmente, em uma Escola de Samba, existem vários tipos de fantasias.
As mais evidentes são:
a) Alas de Enredo: Como o próprio nome diz, são aquelas que se vestem
de acordo com o tema proposto, dando a escola uma perfeita visão da
história que se dispôs a escrever;
b) Alas Show: São as Alas cujos figurinos não acompanham o Enredo, mas
valorizam o espetáculo pela sua evolução. Geralmente são moças
seminuas e rapazes acompanhados de instrumentos de percussão, que
completam o desfile com seus mirabolantes;
c) Destaques: Os destaques são personagens centrais do Enredo. Suas
fantasias podem ser divididas em duas categorias: LUXO e ORIGINALIDADE
Existem ainda outras Fantasias, tais como: Ala das baianas, Comissão de
Frente, Bateria, cujos componentes poderão ou não estar vestidos de
acordo com o Enredo.
São fatores que balizam a análise da REALIZAÇÃO das fantasias:
· Os seus efeitos individuais e seu conjunto, ou seja, a impressão
causada pelas formas e pelo entrosamento, utilização, exploração,
distribuição e adequação de materiais e cores;
· A capacidade de adequação à dança própria e característica dos
desfilantes de Escola de Samba; a capacidade de permitir a livre e
espontânea movimentação, agilidade, empolgação e vibração dos
desfilantes, sejam os de Alas, grupos ou Conjuntos; e os seus
acabamentos, cuidados na confecção e uniformidade de detalhes dentro
delas, Alas, grupos ou Conjuntos (igualmente de calçados, biquínis,
soutiens, shorts, meias, chapéus e outros complementos, quando ficar nítida
está proposta.
Constitui deslize grave a ausência de chapéus, sapatos e outros
complementos das Fantasias de componentes, quando ficar nítido que a
proposta das Fantasias era a originalidade desses elementos e indumentárias.
O jurado não deverá levar em consideração:
· As fantasias de DESTAQUE, FIGURAS DE COMPOSIÇÃO e de outros
componentes que venham sobre alegorias, pois estas estarão sendo
julgadas como parte integrante das unidades alegóricas e, conseqüentemente,
pelos jurados daqueles quesitos (Alegorias e Adereços)
· As fantasias das Comissões de Frente, dos Mestres Sala e Portas
Bandeiras, pois estas estarão sendo avaliadas pelos jurados dos
respectivos quesitos (Comissão de Frente e Mestre Sala e Porta
Bandeira)
EVOLUÇÃO
O jurado deverá observar A MOVIMENTAÇÃO DOS DESFILANTES
Movimentação dos desfilantes e o andamento da dança e
coreografias, com movimentos progressivos e contínuos, no ritmo do
samba e de acordo com a cadência e marcação impostos pela Bateria.
São fatores que balizam a análise da MOVIMENTAÇÃO DOS DESFILANTES:
a) A espontaneidade
b) A criatividade
c) A empolgação
d) A vibração
e) A agilidade
f) O vigor
Constitui deslize grave o retrocesso,
o retorno à pista de Alas,
Destaques ou Figurantes durante o desfile e após a última linha do
desfile, não levando em consideração a movimentação dos diretores
de harmonia e diretores da Escola durante o desfile.
A coesão dos desfiles
Na análise da COESÃO DOS DESFILES, deve ser considerada a manutenção
de espaçamento o mais uniforme possível entre ALAS e ALEGORIAS.
Constitui deslize grave a abertura de claros (buracos) entre ou dentro
de Alas, exceto por necessidades técnicas naturais, como, por exemplo,
os espaços exigidos para:
-
Exibição de Mestres Salas e Porta Bandeiras, bem como passistas;
-
Coreografias especiais que exijam a existência de espaços físicos
para tal (Ala de Passos Marcados, Grupos de Capoeiras, Comissão de
Frente, etc);
-
Colocação e retirada da Bateria de seus recuos próprios.
MELODIA
É a interpretação musical do Enredo, devendo ser observada a
criatividade, a originalidade e a riqueza. A melodia é a segunda parte
da Letra do samba e deve ser julgada pela audição, e não com os olhos
no papel (Letra do Samba).
A melodia deve ser fundamentalmente valente e simples, para obrigar a
escola a evoluir, simples para que os menos dotados musicalmente sejam
capazes de cantar; possuir notas em passagens marcantes, justamente para
facilitar o canto da escola.
Nos casos de plágio, o jurado de melodia deve considerar falha e dar
nota de tal fato. Não deve, porém, confundir plágio com domínio
popular. O plágio é a letra do samba colocada em uma melodia já
existente, e domínio popular são refrães colocados sobre composições
folclóricas, sem autores definidos.
Uma escola de samba bem ensaiada levanta a mais difícil melodia,
transmitindo a ela a garra de seus componentes.
O importante é que se julgue a Melodia dentro de suas características
próprias, pois os ritmos são igualmente válidos.
HARMONIA
É o perfeito entrosamento entre o ritmo (bateria), o canto (melodia) e
a dança (evolução).
e uma escola de Samba tiver ritmo perfeito, um
canto uníssono (todos cantando) e uma evolução irrepreensível,
certamente terá uma boa harmonia.
Harmonia é a perfeição e, como tal, não admite hiatos, altos e
baixos. Durante todo o desfile a Escola deve manter a mesma cadência,
cantar com igual vigor e evoluir com a mesma garra; a quebra desse
conjunto de fatores implicará na perda da Harmonia.
Se uma escola não for devidamente ensaiada, certamente contará mal e
evoluirá pessimamente. Nessa hipótese, a Escola carecerá de Harmonia.
O encarregado de julgar Harmonia deverá se fixar em toda a
"Escola", verificando se ela está cantando sem se preocupar
com o "puxador do samba" (que se apresenta com o microfone).
É fundamental observar se a Escola canta a melodia durante todo o tempo
do desfile.
Observar o comportamento da Bateria, pois se ela "atravessar",
é evidente que estará quebrando a Harmonia da Escola.
O jurado não deverá levar em consideração:
-
A eventual pane no sistema de sonorização na Avenida;
-
Questões inerentes a quaisquer outros quesitos, notadamente a visão
do "conjunto" do desfile de cada agremiação
ALEGORIA
É a representação plástica
e ilustrativa do Enredo.
As Alegorias de mão e os carros alegóricos são
herança dos ranchos e das grandes sociedades (corsos). No início, as
Alegorias eram obras realizadas por artistas populares, porém, com o
crescente interesse pelos desfiles das escolas de samba, objetivando
ainda a disputa dos títulos, elas procuram profissionalizar-se. Esses
profissionais são atualmente os responsáveis pelo gigantismo dos
desfiles.
As alegorias são criadas de acordo com a necessidade do Evento, com o
objetivo de ilustra-lo e dar-lhe a beleza (necessários ao desfile).
Existem quatro tipos de Alegorias, à saber:
-
Adereços de mão: São aquelas que os componentes carregam presas
aos braços, que ajudam a "Evolução" da Escola (Ráfia). É
facultado seu uso para a Escola.
-
Alegorias de mão: São as fixadas em pedaços de madeiras,
carregadas pelos componentes, ilustrando o Enredo, sendo facultativo seu
uso pela Escola.
-
Tripés ou Quadripés: São montados sobre três ou quatro rodas,
respectivamente. Guardando as normas previstas no regulamento de
Carnaval.
Carros Alegóricos: São considerados sobre chassis de automóveis,
caminhões ou carretas, e também fazem parte do cenário ilustrativo do
enredo, normalmente carregando destaques.
O responsável pelo julgamento não deve preocupar-se com o material nas
alegorias, mas sim com a criatividade do artista; deve verificar se
realmente as Alegorias estão de acordo com o tema proposto.
No entanto, o jurado deverá avaliar também os pormenores da fantasia
dos destaques num todo como carro alegórico.
COMISSÃO DE FRENTE
O jurado deverá observar a
"Apresentação"
A apresentação da Comissão de Frente tem a função de saudar o público
e pedir passagem para o desfile, considerando-se que a Comissão de
Frente é o primeiro contingente humano e à pé a entrar na Avenida.
A apresentação da Comissão de Frente pode correr de duas formas bem
distintas, a saber:
· A maneira tradicional
· De modo adequado ao enredo
São fatores que balizam a análise da apresentação da Comissão de
Frente:
-
O cumprimento de sua função perspícua de saudar o público e pedir
passagem para o desfile da Agremiação, tudo isso de forma gentil,
graciosa, comunicativa e/ou carnavalesca.
-
Se de maneira tradicional, com alinhamento, garbo e elegância, ou se
coreografada, com execução perfeita, coordenada e com nítida e
precisa sintonia de movimentos.
A Indumentária
São fatores de análise da Indumentária da Comissão de Frente:
a) A concepção da indumentária, observando-se:
· A elegância quando se apresentar de forma tradicional, ou seja,
trajada de fraques, casacas, "summers", ternos,
"smokings", etc...
· A sua originalidade quando se apresentar de forma adequada ao Enredo,
onde deverá ser considerada a sua capacidade criativa, imaginosa e/ou
inventiva, observando-se a maneira própria de utilizar, recriar e/ou
estilizar formas;
b) A sua realização observando-se:
· Adequação à função da Comissão de Frente
· Ou se efeito, ou seja, a impressão causada pelas formas e pelo
entrosamento, utilização, exploração, distribuição e adequação
de materiais, e o seu acabamento, cuidado na confecção e uniformidade
de detalhes (igualmente de sapatos, chapéus e outros complementos da
indumentária, quando ficar nítida esta proposta).
O jurado não deverá levar em consideração
· A quantidade de componentes da Comissão de Frente, no que se refere
aos limites mínimo e máximo fixados pelo Regulamento.
Obs.: Os componentes da Comissão de Frente deverão formar o primeiro
contingente à pé a entrar na pista do desfile, podendo estar a sua
frente ou na sua retaguarda, até o carro Abre Alas, no máximo de 04
(quatro) pessoas.
BATERIA
O jurado deverá observar o
"Andamento rítmico'".
São fatores que batizam a análise do Andamento rítmico de uma
Bateria:
-
A manutenção regular e a sustentação da cadência dada pelo
ritmo;
-
A marcação firme e precisa, podendo ser variada e diversificada
através de breques e/ou paradas, sendo que a volta à cadencia,
corretamente , evidenciaria a versatilidade da bateria.
-
Constância e inalterabilidade do
ritmo.
-
A perfeita conjugação dos conjuntos dos sons emitidos pelo vários
Instrumentos
O jurado não deverá levar em consideração
-
A quantidade de componentes da bateria, no que se refere ao limite mínimo
de componentes fixados pelo regularmente.
-
O fato de qualquer Bateria não parar defronte das cabines de
julgamento e/o não estacionar nos recuos próprios.
-
A eventual pane do sistema de sonorização da avenida.
-
Questões inerentes a quaisquer outros quesitos, notadamente a visão
de "conjunto do desfile de cada agremiação''.
Obs: Em São Paulo existem dois ritmos:
-
O pesado marcante
-
O leve cadenciado
LETRA DO SAMBA
É a composição musical;
geralmente extraída de uma sinopse (síntese) do enredo, que vai
representar a Escola, em forma de canto e ritmo na passarela. O
carnavalesco e a comissão de carnaval preparam a sinopse do enredo e
passem para ala de compositores. A eles caberá a difícil tarefa de
criar a letra e a melodia do Samba Enredo.
Normalmente, são feitas nas quadras várias eliminatórias de Sambas
Enredo, julgados pelos próprios componentes, determinando qual será o
samba que representará a Escola nos desfiles.
A primeira preocupação do jurado será observar se a letra está de
acordo com o enredo apresentado pela Escola. Em hipótese alguma a letra
pode contradizer o enredo. O jurado deverá observar na letra a sua
objetividade, clareza e precisão com a rigidez da gramática normativa,
sendo toleradas possíveis transgressões, desde que o enredo permita
expressões populares típicas do assunto ou da personalidade
homenageada.
O encarregado de julgar o Samba de Enredo deve exigir uma cópia da
letra, para uma análise detalhada do poema.
O fundamento para quem julga letras dos sambas de enredo é
conscientizar - se de que nelas reside uma das últimas possibilidades
de o homem do povo dar vazão a sua arte popular. A letra pode ser
descritiva fixar em detalhes, mas contendo implicitamente a idéia, o
espírito dos principais itens da parte do enredo.
Letra descritiva deverá ater-se ao tema a ser desenvolvido pela Escola
em desfile.
ENREDO (HISTÓRIA)
É a peça literária (tema
Central) que, por meio de pesquisa, dá origem à montagem do Carnaval
por uma Escola de Samba.
O Enredo é a base de tudo.
Dele são extraída a letra do samba, os figurinos, as alegorias,
etc.
Existem diversos tipos de Enredo. Os mais explorados são: os históricos
(narram fatos nacionais) e os abstratos.
Tudo depende da perspicácia do carnavalesco que, com sua criatividade,
tem condições de levar para a passarela (local de desfile), um espetáculo
surpreendente.
Não existe, temas esgotados ou superados, desde que o carnaval manipule
o Enredo (alegoria,figurino, etc...) para que esta represente aquilo a
que se propôs.
O responsável pelo julgamento deve acima de tudo, aquilatar o
aproveitamento em função na passarela. Verificar se o tema proposto
está sendo claramente demonstrado na apresentação da Escola, se as
Alas estão adequadamente fantasiadas dentro do Enredo e se todas as
possibilidades oferecidas pelo Enredo serviram com base para a formatação
da Escola.
É fundamental que o jurado observe a verdade; porém, não deve
preocupar-se em julgara peça literária, e sim se ela está sendo
apresentada na montagem da Escola ( seqüência das Alas, posição dos
carros alegóricos, fantasias, etc).
MESTRE SALA E PORTA BANDEIRA
O jurado deverá observar a apresentação dos fatores que balizam a
análise da APRESENTAÇÃO do MESTRE SALA e da PORTA BANDEIRA.
· A sua dança, considerando que não sambam,ou seja, executam um ritmo
do samba, com passos e características próprias, com maneios e mesuras
e giros, meias voltas e torneado observando-se a criatividade do casal
com respeito á manutenção das tradições, o que equivale dizer não
ser considerado malabarismo, e acrobacias, que nada tem a ver com essa
dança.
· A harmonia do par que, com graça, leveza e majestade deve apresentar
uma seqüência de movimentos coordenador, onde fique evidencia a
apresentação intergrada do casal, nesse sentido.O Mestre Sala deve
desenvolver gestos e posturas elegantes e corteses que demonstrem reverência
à sua dama (a Porta Bandeira );constitui deslize a ocorrência de
formas bruscas, vulgares e grosseiras de comunicação verbal e/ou
gestual do casal, que, em nenhum momento, pode-se chocar corporalmente.
· A postura com dignidade compatível com a função do casal
esclarecendo-se que:
a)- A função de MESTRE SALA é cortejar e apresentar a Porta Bandeira,
bem como proteger o pavilhão da agremiação;
b)-A função da PORTA BANDEIRA é conduzir a apresentar o pavilhão da
escola,sempre desfraldado e sem enrola-lo em seu próprio corpo ou deixá-lo
sob a responsabilidade do Mestre Sala.
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