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   DEFESA CIVIL  
by WATANABE

PLANO PREVENTIVO DE DEFESA CIVIL CONTRA AS CHUVAS EM SÃO PAULO

 

Plano Preventivo de Defesa Civil busca minimizar impacto das chuvas na cidade de São Paulo

06/11/2006 - Defesa Civil

A Prefeitura da Cidade de São Paulo, por meio da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (COMDEC) e da Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, iniciou em 1º de novembro, o Plano Preventivo de Defesa Civil (PPDC) para o período de chuvas 2006/2007.

Esta é a segunda edição do PPDC, com vigência até 15 de abril de 2007. O objetivo é otimizar os recursos dos órgãos integrantes do Sistema Municipal de Defesa Civil e, dessa forma, minimizar o impacto das chuvas sobre a rotina da cidade de São Paulo. A ação soma-se às intervenções já realizadas ao longo do ano, como a limpeza permanente de reservatórios, bocas de lobo e córregos e que se intensificam neste período.

Também participam do programa de prevenção as secretarias da Saúde, do Verde e Meio Ambiente, de Assistência e Desenvolvimento Social, da Educação e da Habitação, além do Centro de Gerenciamento de Emergências; Companhia de Engenharia de Tráfego (CET); Guarda Civil Metropolitana (GCM).

População pode ajudar

Durante todo o ano de 2006 a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras vem se preparando para o próximo verão, realizando um extenso trabalho de prevenção para o qual concentrou investimentos em conservação e melhorias do sistema de drenagem da cidade.

Até o final do ano de 2006 a previsão de investimentos no combate às enchentes é de R$ 75,4 milhões. Em 2005, outros R$ 57,3 milhões já haviam sido utilizados em medidas preventivas, conforme mostra a tabela a seguir:

Ainda assim, nesta época do ano, torna-se ainda mais importante a consciência da população, que não despeje entulho e lixo nas ruas, córregos e piscinões.

O maior problema para o combate a inundações é o abandono indiscriminado dos mais variados objetos em locais públicos, como ruas ou beira de córregos. O que mais impressiona é que entre estes materiais estão colchões, sofás e estantes, além de utensílios domésticos diversos, pneus e até ferro-velho.

O resultado é o entupimento do sistema de drenagem e o assoreamento e obstrução dos cursos d'água, cuja conseqüência na hora de uma chuva mais forte é o transbordamento dos córregos ou a ineficiência do sistema de vazão.

"Esta é uma questão fundamental, porque por mais esforços que o poder público dedique ao trabalho de prevenção, a população também deve fazer sua parte", lembra o secretário de Coordenação das Subprefeituras e subprefeito da Sé. "E isso é simples, basta exercer a cidadania e não jogar lixo nas ruas ou nos córregos, ou depositar entulho em locais públicos, porque durante uma chuva esse material é levado pela água e causa entupimentos no sistema de drenagem, causando transtornos e prejuízos para a população".

Ações locais

As Subprefeituras estão preparadas para realizar ações locais, pois cada uma possui uma Coordenadoria Distrital de Defesa Civil (CODDEC). Estas coordenadorias fazem suas versões do PPDC, com as diretrizes locais das ações para a redução dos problemas trazidos pelas chuvas.

Já os Núcleos Comunitários de Defesa Civil (NUDECs), formados por membros de comunidades sujeitas a inundações ou escorregamentos, auxiliam o poder público em ações de Defesa Civil em suas quatro fases: prevenção, socorro, assistência e recuperação. Atualmente, a cidade tem 355 NUDECs, com aproximadamente 1300 voluntários. Cada CODDEC tem sua agenda de capacitação para esses núcleos.

Capacitação de agentes e ampliação dos recursos materiais

Diversos agentes de Defesa Civil dos CODDECs e da COMDEC participaram de variados cursos de capacitação e formação, o que não havia ocorrido na gestão anterior. Esses treinamentos deixaram um saldo extremamente positivo, com profissionais ainda mais preparados:

- 35 agentes formados no Curso de Operacional de Defesa Civil;
- 40 agentes formados no Curso de Avaliação de Danos;
- 80 agentes formados no Curso de Administração de Emergências em Municípios;
- 35 agentes formados no Treinamento de Primeiros Socorros;
- 40 agentes formados no Curso de Gestão de Alojamentos Temporários.

Neste ano, a COMDEC teve a frota ampliada de seis para quinze veículos. Todos estão equipados com radiotransmissores - anteriormente estes equipamentos estavam disponíveis em apenas três carros. Foram adquiridos também, para apoio às subprefeituras em situações de emergência, radiotransmissores portáteis (HTs) para uso em operações; botes salva-vidas; motosserras; geradores e bombas de sucção.

Além disso, a COMDEC ganhou novos computadores e impressoras, enquanto a Defesa Civil ganhou uma nova central de atendimento para o telefone de emergência 199. No total, cerca de 300 pessoas atuam diretamente com a Defesa Civil, entre servidores da COMDEC e dos CODDECs.

Piscinões prontos para as chuvas

Entre as medidas preventivas prioritárias para evitar as cheias estão a conservação e a limpeza dos piscinões. De janeiro de 2005 até outubro de 2006, as equipes da Secretaria de Coordenação das Subprefeituras removeram dos 16 piscinões da cidade mais de 440 mil m³ de detritos, o que corresponde à impressionante marca de aproximadamente 260 mil toneladas de material.

Dessa maneira, todos os piscinões estão em perfeito estado de funcionamento, com totais condições de absorção da água da chuva. Em relação ao assoreamento, o piscinão de São Mateus é o que tem a maior taxa, 20%, o que não prejudica sua funcionalidade.

Outro, o Jardim Maria Sampaio, tem 10% de seu nível assoreado, e outros três - Aricanduva V, Bananal e Jabaquara - estão com 5%. O restante está inteiramente desassoreado. Além disso, mais dois piscinões estão sendo construídos, o do Oratório e de Ribeirão Vermelho.

Merece ser ressaltado o estado em que se encontravam os piscinões quando a atual gestão assumiu a Prefeitura, em janeiro de 2005: a média era de 80% de sujeira, situação que exigiu medidas emergenciais para evitar que a cidade vivesse uma situação de caos em razão das inundações.

Limpeza, conservação e reformas do sistema de drenagem

A manutenção dos piscinões é apenas uma parte do trabalho contra as inundações, completada pela conservação do sistema de drenagem. De janeiro de 2005 até outubro de 2006, as 397 mil bocas-de-lobo da cidade passaram por 789.240 limpezas e 36.828 reformas. No mesmo período, os 57 mil poços de visitas foram limpos 81.644 vezes, sendo que 3.955 foram reformados.

Já os ramais e galerias de águas pluviais correm por 2.850 km da capital. A limpeza foi feita em 506.069 metros lineares de ramais e em 528.410 metros lineares de galerias, nas quais foi feita também a inspeção de mais 45.039 metros.

A cidade é cortada ainda por 281 córregos, entre canalizados e não-canalizados, que percorrem um total de 1.216 km. Até agora, a limpeza manual foi feita em 5.610.000 metros, e a mecânica em 253.000 metros.

Bombas de drenagem

As 85 motobombas mantidas pela Prefeitura, sob responsabilidade da Secretaria da Coordenação das Subprefeituras, da Emurb e da Siurb, estão funcionando e operando normalmente.

A maior concentração está nos piscinões, nos túneis e na marginal Tietê - localizadas nas margens do rio e nas pontes. Cada túnel, por exemplo, tem três bombas em operação, enquanto locais tradicionalmente mais sujeitos a inundações, como a Ponte Casa Verde, recebem até 18.

Em razão do projeto, os túneis Maria Maluf e Nove de Julho e algumas passagens subterrâneas (das avenidas Paulista, Angélica e Rebouças; avenidas Paulista e Dr. Arnaldo; avenidas Rebouças, Dr. Arnaldo e Rua Major Natanael; Ligação Leste-Oeste - sob a Praça Roosevelt; Complexo Viário Mackenzie; Av. São Gabriel; e Tom Jobim) não possuem sistemas de drenagem por bombas, porque suas características topográficas permitem a drenagem natural por gravidade.

Operações cata-bagulho

Desde janeiro de 2005, a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras intensificou as operações de cata-bagulho, cujo objetivo é recolher peças volumosas e indesejáveis com dificuldade de descarte. A periodicidade destas ações varia de acordo com o potencial de cada local à ocorrência de inundações.

Até o momento, mais de 440 operações de cata-bagulho já foram realizadas pelas 31 subprefeituras da capital, totalizando uma média aproximada de 20 operações mensais. O saldo é a expressiva marca de 17 mil toneladas de material recolhido.

Paralelamente, a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras articulou com a Secretaria Municipal da Educação iniciativas com os alunos, realizando operações cata-bagulho em áreas próximas às escolas. As crianças dessas unidades são incentivadas para o tema Educação Ambiental por meio de redações e pesquisas sobre o tema, além de ações lúdicas.

Está em curso ainda uma ação em conjunto com a Secretaria de Participação e Parceria para que instituições que recebem doações possam aproveitar alguns dos objetos recolhidos antes do seu descarte final nos aterros.

Áreas verdes

Outro fator de risco para a ocorrência das inundações é a queda de árvores. Por esse motivo, a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras executa um intenso trabalho de corte de mato e poda de árvores. Até outubro, foram cortados 177,4 milhões de m2 de mato, podadas 161.777 árvores e removidas outras 20.461 que apresentavam risco de queda. Mas a cidade não ficou menos verde, ao contrário, porque foram plantadas 37.788 árvores.

Monitoramento pluviométrico

O monitoramento do volume de chuvas nas subprefeituras é feito por 27 pluviômetros espalhados pela cidade. Para o verão 2006/2007, a COMDEC fez um acordo com o Corpo de Bombeiros para a instalação de mais cinco pluviômetros em postos de Bombeiros, nos quais são realizadas quatro leituras diárias. Os dados são computados pelo Centro de Comunicações da Defesa Civil.

Estados

O PPDC possui quatro estados de criticidade para cada uma das principais ameaças relacionadas às chuvas.

1 - Inundações

Observação: ocorre durante todo o período de vigência do PPDC. O monitoramento das condições hidrometeorológicas é intensificado.

Atenção: decretado na iminência de chuvas fortes, que possam provocar transtornos na rotina da cidade em razão de transbordamento de cursos d'água. Nesse caso, as equipes do Sistema Municipal de Defesa Civil se mobilizam para uma possível ação.

Alerta: quando ocorre um transbordamento, as equipes vão para as ruas avaliar possíveis danos e providenciar socorro.

Alerta Máximo: acontece se a equipe de alguma Subprefeitura solicitar apoio externo para ajudar em um possível desastre provocado por transbordos generalizados.

2 - Escorregamento

Observação: acompanhamento dos índices pluviométricos das últimas 72h.

Atenção: as vistorias em áreas de risco geológico são intensificadas caso o acúmulo de chuvas seja igual ou maior a 60mm em 72 horas.

Alerta: remoção preventiva da população de uma área de risco iminente indicada pelas vistorias.

Alerta Máximo: remoção de toda a população que habita determinada área de risco.

A Defesa Civil conta ainda com mais dois instrumentos para mobilização de recursos, além dos quatro estados de gravidade do PPDC.

Situação de Emergência: reconhecimento legal de situação anormal provocada por desastre, dando origem a prejuízo vultoso e causando danos suportáveis (ou superáveis) pela comunidade afetada.

Estado de Calamidade Pública: reconhecimento legal de situação anormal provocada por desastre, dando a origem a prejuízos muito vultosos e causando danos dificilmente suportáveis (ou superáveis) pela comunidade afetada, inclusive à segurança e à vida de seus integrantes.

Entre as ações da COMDEC para o PPDC 2006/2007 destacam-se também uma parceria com a Cruz Vermelha para a elaboração de material gráfico sobre prevenção e preparação aos desastres; treinamento de agentes de Defesa Civil em primeiros socorros e em gestão de abrigos temporários para vítimas de desastres; e instalação em áreas de risco geológico de pluviômetros feitos em garrafas PET, com monitoramento realizado pelos NUDECs, buscando um maior envolvimento destas comunidades.

Suprimentos de ajuda humanitária

A Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social guarda atualmente 27.500 peças em seu almoxarifado, entre colchões, cestas básicas, cobertores e kits higiene, que podem ser distribuídos para famílias afetadas por inundações ou escorregamentos. Este número é atualizado constantemente.

A Coordenadoria Municipal de Defesa Civil está montando também um estoque estratégico de suprimentos humanitários que reforçam os donativos distribuídos pela Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social às famílias afetadas por desastres.

 Fonte: http://portal.prefeitura.sp.gov.br/noticias/defesacivil/2006/11/0001

RMW\DefesaCivil\plpreventivoSP.htm em 16/01/2002, atualizado em 26/12/2008.