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TEMPOS MODERNOS

06/05/2007

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      Eu tenho andado muito por aí e observado que

Com o rápido desenvolvimento da Era Industrial produziu-se o desenvolvimento e o aprimoramento das Estruturas de Produção.

Iniciativas particulares como as pesquisas desenvolvida por Henri Ford como a linha de produção contribuíram efetivamente para a replicação de um modelo de produção nunca antes visto pela humanidade.

Entretanto, tal estrutura de produção apresentava erros básicos que não levava em conta as peculiaridades do ser humano.

Oprimido e descartado, o “operário” foi representado até em filmes de sucesso como Tempos Modernos de Charles Chaplin.

O recado estava dado. Não basta fixar um Objetivo e montar uma estrutura para alcançar o Objetivo era necessário considerar o ser humano.

Levamos muitos anos e muitas batalhas foram realizadas. Depois de Taylor com suas experiências laboratoriais, tivemos o episódio do “Tempos e Métodos”, o episódio da “Organização & Métodos”, o surgimento do Depto de Recursos Humanos, a famosa Re-Engenharia e tudo permanecia mais ou menos como dantes. Grandes empresários como Lee Iacoca e Akio Morita bradavam em livros e palestras as necessidades de reformulação das Estruturas de Produção.

Quando os alemães, liderados pela Volkswagen, lançaram o carro “global”, isto é, o carro montado com peças provenientes de todos os cantos do mundo, foi muito combatida. Era uma idéia maluca. Como seria possível encaixar com exatidão peças que foram fabricadas nos mais diversos confins do mundo?

Pois é, estava sendo descoberta a Vocação dos Povos e a ISO propiciou essa integração dos povos. Nada substitui a experiência. Como concorrer em qualidade e produtividade o vidro fabricado na Boêmia? Como concorrer em qualidade e produtividade com a cerâmica fabricada no Japão?

Não sei se vocês sabem, o CHIP, que é a peça mais importante dos aparelhos eletrônicos modernos, é de cerâmica e é por esta razão que não se consegue “bater” os japoneses. Eles produzem e aperfeiçoam a cerâmica há milhares de anos.

Pois é, nesse mesmo Japão, derrotado pela Segunda Grande Guerra Mundial, é que surgiram as diretrizes da Globalização. Não a Globalização da Economia mas sim a Globalização da Produção.

Tradicionalmente respeitador das tradições, da experiência, onde o idoso é respeitado e considerado, em que as decisões não são tomadas sem que haja uma consulta final a um “sensei” começaram, na década de 80 as primeiras experiências de uma Nova Estrutura de Produção.

Surgiram o KANBAN, o KAIZEN ouvindo as pessoas. Pessoas que trabalhavam. Pessoas que produziam. O Operário. Procedimentos da produção passaram a não ser mais emanados “de cima para baixo” redigidas em gabinetes fechados pelos “especialistas em O&M” mas elaboradas, experimentadas, testadas, aprovadas e atualizadas, mesmo que diariamente, por “meros” operários e anotadas em quadros negros (kanban) pendurados nos corredores das linhas de produção como se fossem uma tentativa de formalização de uma estrutura informal. “Tentativa” pois determinadas mudanças no cotidiano são tão rápidas que não dá tempo de consolidar.

Para quem não sabe, “kanban” significa quadro, painel ou placa e é onde os procedimentos eram (e ainda são) anotados pelos próprios operários após rápidas discussões consensadas no grupo.

Para quem não sabe, “kaizen” significa melhoria contínua. Isto significa que cada um de nós, mesmo os mais acomodados, se realizar todo dia uma melhoria, pequena que seja, depois de um certo tempo a melhoria será considerável. Diz um ditado que mesmo a mais longa caminhada começa com um simples, e até pequeno, primeiro passo.

Nessas discussões toda sobre métodos de produção, surge, então, a figura do Ser Humano. Independentemente da Estrutura de Produção, o ser humano possui uma estrutura própria que direciona a sua vida particular.

Como então incorporar essa Estrutura Individual na Estrutura de Produção?

Surge então, o conceito de MISSÃO.

A Missão é um conceito filosófico que capeia uma Estrutura não representável na Estrutura de Produção de um empreendimento. Que estrutura é esta? Por não poder ser representada na Estrutura Formal, costuma-se chamá-la Estrutura Informal.

Enquanto a Estrutural Formal é baseada em Comandos e Ordens, a Estrutura Informal é baseada em Liderança e Articulação.

Pesam, na Estrutura Informal a idade, a experiência e a senioridade. Abundantes em Respeito,
em Ética, enfim em “valores”, são considerados “veteranos” mas na verdade são “mestres”.

Eu, particularmente, prefiro “mestre” no sentido de homem que ensina, professor, sabedor, conhecedor do que “veterano” que geralmente traduz a idéia de uma pessoa envelhecida e antiga.

A interação entre a Estrutura Formal e a Estrutura Informal fornece a matéria prima para a ação eficaz. Quando consideramos apenas a Estrutura Formal, podemos falar em eficiência, mas a eficácia só é possível na ação interativa entre as duas formas de estrutura.

As duas estruturas são incompatíveis entre si. Não se misturam. É como o azeite e o vinagre – não se misturam mas se complementam. Um não existe sem o outro. Aliás, existir existem mas não atendem, isoladamente, as nossas necessidades.

O Rotary International coloca:

O Objetivo do Rotary é estimular e fomentar o ideal de servir, como base de todo empreendimento digno, promovendo e apoiando:

Primeiro. O desenvolvimento do companheirismo como elemento capaz de proporcionar oportunidades de servir.

Segundo. O reconhecimento do mérito de toda ocupação útil e a difusão das normas de ética profissional.

Terceiro. A melhoria da comunidade pela conduta exemplar de cada um na sua vida pública e privada.

Quarto. A aproximação dos profissionais de todo o mundo, visando à consolidação das boas relações, da cooperação e da paz entre as nações.

Vejam como fica bem clara a separação entre O OBJETIVO que é pragmático e A MISSÃO que é filosófica.

“O QUE” fazer está determinado na Estrutura Formal (Organograma e Manual de Procedimento) enquanto que “COMO” fazer faz parte da Estrutura Informal (Valores, Respeito, Consideração, etc.).

É por isso que o Rotary é um sucesso em termos de estrutura. Ousa colocar e divulgar a quatro ventos o seu Objetivo, que é único, juntamente com a sua Missão mostrando que em todas as ações praticadas pelo Rotariano, deve ser considerado, concomitantemente, a amizade, o respeito, o exemplo e a paz.

Não basta apenas perseguir o Objetivo. É importante, necessário e imprescindível levar junto a Missão do Rotary.

Entregamos 1.000 cestas básicas em um asilo. Ficou só nisso? NÃO. Tivemos contato com os internados, desenvolvemos a camaradagem, ouvimos as histórias de vida de cada um deles, recebemos a orientação exemplar e comungamos a paz com todos nós.  Eles e nós.

Isto é Rotary.

 

Veja mais sobre Capacitação em Liderança em:
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Veja mais sobre o processo de aprendizado em:
Pato_04.gif (9403 bytes)

 

Esta é uma página pessoal que contém uma opinião essencialmente pessoal a cerca do tema Tempos Modernos.
As opiniões são, no fundo, "provocações" feitas aos nobres companheiros rotarianos e são baseadas em contatos, estudos e experiências pessoais e vale-se da liberdade proprocionada pela WEB. Ninguém é obrigado a aceitar, nem se pretende afirmar que as opiniões aqui colocadas sejam verdadeiras. Agora, se você gostou, pode imprimir, copiar e divulgar à vontade.
Roberto Massaru Watanabe
membro do Rotary Club de São Paulo - Tatuapé - EMAIL: roberto@ebanataw.com.br. Watanabe é engenheiro e como tal participou do projeto das grandes obras da engenharia nacional como a Rodovia dos Imigrantes e as hidrelétricas de Ilha Solteira, Itaipú e Tucurui. Nesses empreendimentos, adquiriu muita prática na organização e condução de grandes equipes.

RMW\GEROI\temposmodernos.htm em 06/05/2007, atualizado em 23/05/2009 .