1- O SINTOMA:
Lajes
e outros componentes estruturais como vigas e pilares quando expostos à
incidência direta dos raios solares esquentam e esfriam na sequencia dos dias
e noites.
Ao
esquentar, o concreto dilata, aumentando de tamanho, e ao contrário, ao
esfriar, o concreto retrai diminuindo de tamanho.
Vamos
ver o fenômeno da dilatação/retração causado pelo efeito térmico com um
exemplo prático:
Neste
exemplo, temos uma laje grande de 10 metros que se não tivesse uma junta de
diltação causaria danos nas paredes laterais.
Então,
para permitir que a laje dilate e retraia à vontade, sem trincar as paredes e
sem trincar a
própria laje, deve ser projetada (calculada) uma junta de dilatação térmica em uma determinada
posição. Se a laje for muito comprida, então deve ter mais juntas.
QUAL
É O VALOR DA MÁXIMA DILATAÇÃO?
A
fórmula que dá a diltação térmica é dada por:
J
= J1 + J2
isto
é, a dilatação total J
é a soma da dilatação J1
da laje 1 com a dilatação J2
da laje 2.
A
laje 1 está engastada e, no engaste, ela não sofre deslocamentos de modo que
toda a dilatação térmica dela vai se manifestar na Junta de Dilatação.
A
laje 2 está simplesmente apoiada sobre um apoio articulado que permite o
livre deslocamento de modo que a dilatação da laje 2 é dividida meio a meio
entre o apoio articulado e a Junta de Dilatação.
A
fórmula genérica da dilatação é dada por:
J
=
. L .
onde:
é
o Coeficiente de Dilatação Térmica da laje e
a variação da temperatura.
2- O EXEMPLO:
Para
facilitar a compreensão, vamos calcular a dilatação térmica em cima de um
exemplo numérico:
CONCRETO
= 0,00001 /0C
L1
= 6 metros = 600 centímetros
L2
= 2 metros = 200 centímetros
= Variação térmica entre o dia mais quente (pleno verão) e a temperatura
mais baixa (chuva de granizo)
= 600C
nestas
condições:
J
= CONCRETO
. (L1+L2) .
J
= 0,00001 x (600 + 200) x 60
J
= 0,00001 x 800 x 60
J
= 0,48 centímetros = 4,8 milímetros
No exemplo, vê-se que uma laje de 8 metros de comprimento submetida a uma
variação térmica de 60 graus Celsius sofre uma variação de 4,8 milímetros no
comprimento. Num dia quente de verão, a laje quente recebendo uma chuva de
granizo vai ter a temperatura variando, em poucos segundos.
3- O PROBLEMA:
Oberve
que a junta de dilatação sofre uma variação de até 4,8 milímetros e
dependendo da situação, essa variação pode acontecer em poucos segundos.
Então
oque acontece com uma manta que está firmemente colada nas lajes L1 e L2?
Numa
retração das lajes, a junta aumenta de tamanho em J
= 4,8 milímetros. Vamor
supor que a manta não tenha flexibilidade nenhuma. Então ela não vai
conseguir acompanhar a dilatação e vai romper:
Numa
dilatação das lajes, a junta diminui de tamanho em J = 4,8
milímetros. Então, a
manta vai dobrar:
Para conseguir acompanhar toda essa movimentação, a
Manta Asfáltica não pode ser rígida, devendo ser flexível.
Sua
flexibilidade e a capacidade de alongamento vai depender da composição
química formulada pelo fabricante.
O
ALONGAMENTO máximo suportado pela manta é dada pelo fabricante da manta.
LMANTA
= J
/ MANTA
Vamos
ver um caso prático de 2 fabricantes:
FABRICANTE |
TAXA DE ALONGAMENTO |
FABRICANTE
1 |
5% |
FABRICANTE
2 |
20% |
Então
devemos calcular o comprimento de alongamento de um trecho da manta que
deverá ficar "não aderente":
LMANTA
= J
/ MANTA
No caso da manta do FABRICANTE 1, teremos:
LMANTA,
F1 = 4,8 /
0,05 = 96 milímetros
Isto
significa que a manta asfáltica deverá ter um trecho de 96 milímetros sem
aderência.
Para
garantir essa "não aderência", devemos colocar uma fita de papel
com essa largura, isto é, LMANTA,
F1 = 96 milímetros.
A
Taxa de Alongamento (MANTA)
varia de fabricante para fabricante em função da espessura e dos
materiais empregados na fabricação da manta e variam desde 2% até
30%. Obviamente, mantas com Taxa de Alongamento elevado vai ter um
comportamento melhor à variação da temperatura.
A norma brasileira
NBR-9952 classifica as Mantas Asfálticas em 4 tipos e identificados
como Tipo I, Tipo II, Tipo III e Tipo IV justamente pela diferença
da Taxa de Alongamento:
TIPO DA MANTA |
TAXA DE ALONGAMENTO
|
QUANTO AGUENTA NA TRAÇÃO |
ESPESSURA |
TIPO I |
2% |
80 N |
3 mm |
TIPO II |
2% |
180 N |
3 mm |
TIPO III |
30% |
400 N |
3 mm |
TIPO IV |
35% |
550 N |
4 mm |
CUIDADO:
Aquele Teste de Estanqueidade que
a impermeabilizadora realiza, deixando um certo volume de água por
alguns dias não é garantia de "serviço bem feito" pois a manta deve
garantir não apenas a estanqueidade à água mas também a resistência da
manta às movimentações que ocorrem na laje. É por isso que a manta
deve ser flexível e esta flexibilidade é obtida usando como matéria
prima o asfalto que é mole e flexível.
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