PACÍFICO 2050 - UM ESTUDO PARA APLACAR A FOME DO MUNDO NO ANO 2050 |
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PREFEITO DE RONDONÓPOLIS RECEBE COMITIVA DO ROTARY | ||
Uma nova causa na área logística de transporte de mercadorias começou a ser defendida em Rondonópolis.
Membros do Rotary Internacional apresentaram ao prefeito Ananias Martins de Souza Filho, nesta segunda-feira (05/11/2012), na sede da Prefeitura de Rondonópolis - MT, um Estudo Preliminar de Engenharia para uma ligação ferroviária entre a cidade de Rondonópolis e a cidade de Arica, no Chile, banhado pelo Oceano Pacífico.
A proposta da nova ligação ferroviária é uma ideia que foi abraçada pelo Distrito 4440 do Rotary International que compreende todo o estado de Mato Grosso. O Estudo, na verdade um trabalho de engenharia da classe de Estudo Preliminar com ART emitida pelo CREA, foi elaborado pelo rotariano e engenheiro civil Roberto Massaru Watanabe, do Rotary Club de de São Paulo Tatuapé - Distrito 4430, engenheiro que participou dos grandes projetos da engenharia nacional como a Rodovia dos Imigrantes, o Rodo-Anel Mário Covas, a Substituição do Funicular pela Cremalheira na Serra de Santos da antiga estrada de ferro Santos-Jundiaí e estudo do assoreamento do Porto de Santos em 1971.
A apresentação do Estudo ao prefeito foi feita no período matutino por uma comitiva de rotarianos, formada pelo governador assistente da Região 03, Deimar da Silva Ribeiro; presidente do Rotary Club de Cuiabá Leste, Percival Ferreira de Queiroz; presidente do Rotary Club Rondon, Edson Alves Perrot; representante do Comitê Pró-Rodovias, Ivaldi da Silva Nascimento; e presidente do Rotary Club de Rio Vermelho, Adilioná Teixeira de Souza. No período da tarde, a comitiva divulgou o estudo no Jornal A TRIBUNA.
De acordo com os rotarianos, a ideia da confecção do estudo sobre a ligação ferroviária de Rondonópolis com o Pacífico surgiu em um jantar recente, no mês de setembro, entre o engenheiro Roberto Massaru Watanabe e o prefeito Ananias Filho, onde participaram as lideranças empresariais da região. O encontro foi promovido pelo Distrito 4440 do Rotary International, distrito que congrega todos os 82 Rotary Clubs do Estado de Mato Grosso, tendo à frente o associado do Rotary Club de Cuiabá, companheiro Antonio José Zago comandando o distrito rotário no ano 2012-13, titulo de Cidadão Mato-Grossense em 4 de dezembro de 2013 pela Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso.
Os rotarianos explicam que a intenção agora é atuar na divulgação da proposta para que as autoridades competentes possam se sensibilizar e apostar na concretização da ideia, com a confecção inicial dos estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental. O grupo afirma que se trata de um Projeto Futurista, que visa atender as demandas e necessidades de alimento da população do Sudeste da Ásia a partir da produção de alimentos no Centro-Oeste brasileiro. Segundo estudos da ONU, a população mundial terá 2,2 bilhões de habitantes a mais em 2050 e, nesse caso, a ferrovia mais as ações de integração das pesquisas e produção de alimentos "enquanto transportados" viria ajudar a suprir de alimentos essa população.
Não há terras que comporte uma agricultura de alta produção de alimentos na China pois seu território apresenta, numa parte, terras frias e impróprias para a produção de hortaliças e cereais e na outra muitas montanhas que impedem o uso de tratores e colheitadeiras de alta produtividade.
São milhões de quilômetros quadrado de clima frio e terra improdutiva.
E, mais outro tanto de quilômetros quadrados de terras montanhosas. O plantio de arroz em platôs nas encostas das montanhas é interessante e desperta muita curiosidade mas não se consegue mecanizar e colher as milhões de toneladas que a população do sudeste vai precisar no ano 2050.
Em contraposição, as terras planas, férteis e de clima generoso para a agricultura do Estado de Mato Grosso pode propiciar a produção de Alimentos em larga escala . . .
entendendo-se como Alimento (para humanos) as hortaliças, os cereais e as frutas:
O Projeto é Futurista pois admite a produção, ou melhor, a complementação da produção dos alimentos em "containers-estufa" onde as hortaliças, em cultura hidropônica poderão concluir seus dias de "amadurecimento" coincidentemente com os dias de transporte entre Rondonópolis e a China. A grande vantagem do container-estufa é que a exemplo dos containers comuns, podem ser transportados em barcaças pelos rios da China. Assim, os chineses poderão saborear uma deliciosa alface, fresquinha "colhida na hora".
Contatos estão sendo desenvolvidos com a Universidade Federal de Mato Grosso e com a EMBRAPA para o desenvolvimento dessa "máquina". Veja uma idealização deste container-estufa criado pelo autor do projeto.
A nova ferrovia quebra a tradição de construção das arcaicas ferrovias de bitola estreita e baixa velocidade. Em muitos trechos da malha ferroviária do Estado de São Paulo (a mais desenvolvida do Brasil) a velocidade máxima do trem da arcaica bitola de 1,60 metros não é maior que 30 km/hora.
A nova ferrovia prevê uma bitola mais adequada para o transporte rápido. Veja um modelo de um novo modal de transporte ferroviário com bitola de 4,80 metros que propicia altas velocidades em todal segurança com capacidade de 8 containers por vagão. Não é admissível, neste Século XXI, sistema levando comida perecível andando a 10 km/h e atravessando tortuosos núcleos urbanos de cidades pelo traçado arcaico da malha ferroviária do tempo da saudosa maria fumaça. Se o caminhão, que tem bitola de 2,60 metros tomba nas curvas, o que se pode dizer do trem cuja bitola é menor, de apenas 1,60 metros, havendo ainda trechos com a bitola de 1,00 metros.
O porto em Arica será, em princípio, em Alto Mar em alta profundidade, mais de 30 metros, capaz de atracar os modernos (e também os futuros e maiores) transportadores de containers com capacidade de 20.000 ou mais containers. Veja a foto do MC Paloma. Para vocês terem uma idéia, o MC Paloma requer um calado de mais de 20 metros de profundidade, coisa que nenhum dos portos brasileiros pode aferecer. (O porto de Santos, por exemplo, tem um calado máximo de 12 metros).
NOTA DO AUTOR: Algumas figuras foram extraídas da palestra proferida em seminário promovido pela OAB de Santos em maio de 2015 e outro em agosto de 2021.
Para conseguir colocar 15.000 containers em algumas horas é necessário que o sistema ferroviário tenha alta capacidade de transporte e não vagões tradicionais levando apenas um único container andando a 30 quilômetros por hora.
O governador assistente do Rotary 4440, Deimar da Silva informou que a extensão, em linha reta, da ferrovia entre Rondonópolis e o Pacífico é de 1.759 quilômetros e, no caso da ligação com Santos (SP), no Atlântico, é de 1.677 quilômetros, em linha reta. A ligação entre Mato Grosso e o Japão, através da nova ferrovia, seria feita através de cerca de 17.800 quilômetros apenas, contra mais de 21.600 quilômetros da alternativa via Santos reduzindo em 3.800 quilômetros a viagem entre Rondonópolis e a China.
No percurso entre Rondonópolis e Arica existem
alguns trechos já com ferrovias, os quais poderiam ser utilizados, mas teriam de
passar por readequações. Para um dos obstáculos – os Andes – são apresentadas
duas alternativas para sua transposição. Apesar da complexidade e grandiosidade
do projeto, eles dizem que se trata de algo totalmente factível, bastando para
isso vontade política.
Quanto àqueles que acham o projeto uma utopia, o
governador assistente lembrou que, em 1970, o ex-senador Vicente Vuolo tinha
vislumbrado a ferrovia ligando São Paulo a Mato Grosso. Passados 42 anos, agora
essa ferrovia está se tornando realidade em Rondonópolis.
Da mesma forma, Deimar da Silva atesta que o primeiro passo tem de ser dado para que o sonho da ligação com o Pacífico seja realidade um dia. Nesse sentido, Ivaldi Nascimento pontuou que o Rotary já encampou projetos dos mais audaciosos e que também pareciam utópicos, a exemplo da erradicação da pólio no Mundo, a qual hoje vem se tornando realidade. “O Rotary vai contribuir para fomentar a ideia para que ela se torne realidade”, reforçou.
Os rotarianos, a partir do estudo, apresentaram ao Jornal A TRIBUNA uma série de benefícios da ligação ferroviária com o Pacífico, a partir de Rondonópolis. O grande ponto positivo, segundo eles, será o escoamento da produção do Centro-Oeste brasileiro para o Oriente, em especial grandes mercados consumidores como a China, com seu barateamento. Ao todo quatro países da América do Sul, por onde a ferrovia passaria, seriam beneficiados. A economia de Rondonópolis seria grandemente beneficiada, tornando-se porta de entrada do comércio brasileiro com a Ásia e outros continentes.
“É um estudo que parece utopia, mas é factível…”, reforça Percival de Queiroz, lembrando que é preciso haver interesse do poder público, até mesmo da iniciativa privada e das universidades, para realizar um estudo de viabilidade. “Desenvolveria não apenas a parte econômica, mas até a parte turística”, acrescentou Percival.
Os rotarianos repassaram que o prefeito ficou entusiasmado com o estudo e externou os parabéns ao rotariano Roberto Watanabe. Agora, o prefeito Ananias Filho espera que o próximo gestor dê continuidade na defesa e promoção da proposta. Inclusive, eles dizem que as atribuições de cada País, a forma de realização e os custos da proposta ainda precisam ser definidos nos próximos estudos.
A intenção é que o estudo preliminar de ligação ferroviária entre Rondonópolis e Arica seja apresentado pelo governador do distrito durante a próxima Conferência Distrital de Rotary, a ser realizado em maio de 2013 em Cuiabá, com todos as 82 associações de Rotary do Estado do Mato Grosso.
Para acessar o Estudo completo, acessar: www.ebanataw.com.br/pacifico2050.
NOTA: Esta página foi elaborada a partir da reportagem do jornal A TRIBUNA publicada em 5 de novembro de 2012, com complementações técnicas feita pelo autor do estudo.
RMW-ET-16\www\\Pacifico2050\PrefeituraRondonopolis.htm em 146/11/2015, atualizado em 10/06/2023.