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16 - CHUVAS DE VERÃO

SAIBA O QUE ACONTECE COM A ÁGUA DA CHUVA ...

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O clima tropical úmido propicia uma chuva muito fina, também conhecida como nevoeiro, neblina, serração ou garoa. O princípio de formação é o mesmo, isto é, a condensação da umidade do meio ambiente. A vegetação densa é a principal formadora de umidade.

No clima de deserto, não há umidade a ser condensada. Superfícies quentes produzem Térmicas Ascendentes que rompem a camada de núvens e, ao atingirem elevadas altitudes, produzem gelo.

 

O Clima Tropical úmido propicia uma chuva muito fina, também conhecida como nevoeiro, neblina, serração ou garoa. O princípio de formação da chuva é a mesma, isto é, a condensação da umidade do meio ambiente.

A vegetação densa é a principal formadora de umidade.

Ao contrário do Clima Tropical, no Clima de Deserto, não há umidade a ser condensada. Superfícies que não conseguem absorver o calor, devolvem o calor ao meio ambiente.

A floresta absorve totalmente o calor que vem do sol. As folhas transformam uma parte do calor em energia, por meio da fotossíntese, e o resto para promover a evapo-transpiração. Com isso, quase nada do calor recebido do sol é devolvido ao meio ambiente na forma de calor.

No deserto (exemplo: Deserto de Saara), só tem areia. A areia não tem capacidade de absorver o calor. Então devolve todo o calor recebido do sol para o meio ambiente, esquentando o ar atmosférico.

A cidade densamente urbanizada, do ponto de vista do clima, é como um deserto. Metade (pelo menos) da cidade é areia, como no deserto. Mas, diferentemente do deserto, onde a areia fica solta, na cidade a areia fica fixa na forma de concreto armado. Dá na mesma, no ponto de vista do clima.

Existe uma grande agravante. No deserto, 1 quilometro quadrado equivale a 1 quilometro quadrado de areia. Na cidade essa proporção não é a mesma. Os prédios erguem-se a centenas de metros acima do solo, oferecendo muitos metros quadrados de parede para serem esquentadas pelo sol. Quanto representa esse aumento?

No caso da cidade de São Paulo, o coeficiente de aproveitamento é de 1,0 nas zonas Z1 e Z2, sendo de 2,5 nas Z3 e 3,0 nas Z4.

Isso significa que, se um prédio tiver 200 metros quadrados de área construída, por causa da limitação de 50% na taxa de ocupaçõa, ele terá que ter, obrigatoriamente 2 pavimentos, isto é, 100 metros quadrados um sobre o outro. Um prédio com 2 pavimentos ergue-se a pelo menos 6 metros acima do solo, oferecendo paredes de 60 metros quadrados para serem esquentados pelo sol. Isto é claro, além dos 100 metros quadrados da cobertura do prédio.

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Veja como estamos transformando São Paulo num grande deserto -

COMO SE FORMA A CHUVA DE VERÃO

O telhado das casas, a cobertura das fábricas, o asfalto das ruas, as quadras de esporte, os estacionamentos descobertos, os aeroportos, as estações do metrô, as linhas de trens e muitos outros locais (faça um exercício mental) esquentam o ar pois são desprovidos de vegetação que poderia absorver o calor do sol. Esse ar, por ser quente, vai querer subir. A isso chamamos térmica ascendente.

Região do Jardim Paulista e Jardim Europa, em São Paulo, 
onde as ruas são bastante arborizadas:

Região do Aricanduva, em São Paulo, 
onde não há vegetação das ruas e nem nas casas:

A térmica ascendente quer subir mas encontra uma barreira muito resistente que são as nuvens. As nuvens bloqueiam a subida das térmicas.

Num dia quente de verão, o sol produz mais e mais calor. Mais térmicas ascendente e úmida vão se acumular na parte de baixo das nuvens, forçando as nuvens, ainda mais, para cima. As nuvens continuam a resistir e não deixam as térmicas passarem.

A pressão vai aumentando, até que chega um ponto em que as térmicas conseguem romper as nuvens. Nesse ponto de rompimento forma-se uma violenta corrente ascendente (para cima) de um ar quente e úmido. Por causa da pressão exercida pela térmica, essa corrente consegue atingir altitudes cada vez mais elevadas onde o ar é cada vez mais frio.

Para vocês terem uma idéia, quando viajamos de avião (a 10.000 metros de altitude) a temperatura no lado externo do avião é, em geral, da ordem de 50 graus Celsius NEGATIVOS.

Encontrando esse ar frio, a umidade contida nas térmicas congelam (viram gelo). O elemento deflagrante desse processo são micropartículas da ordem de 0,1 a 1,0 microns de poluentes metropolitamos como o carbono mal queimado nos processos de combustão (veículos e indústrias). Esse gelo formado continua a subir devido à velocidade ascendente das térmicas. Na medida em que sobem, as partículas de gelo vão agregando mais e mais umidade e, com isso, vão aumentando de tamanho. Chegam a atingir tamanhos gigantescos como o de uma bola de futebol.

Com o aumento do peso, as térmicas ascendentes não conseguem mais continuar a "empurrar" a bola de gelo para cima e, devido ao seu próprio peso, as bolas começam a cair (para baixo). No caminho de descida, a bola de gelo encontra o ar quente que está subindo a uma grande velocidade. Esse ar quente começa a derreter a bola de gelo. Com isso a bola vai ficando pequena.

Geralmente, no percurso de descida, o ar quente ascendente consegue derreter totalmente a bola de gelo. Por isso, as Chuvas de Verão dão pingos grossos e muito gelados, pois as gotas são gelo derretido. Algumas vezes, o gelo não é totalmente derretido e consegue chegar ao chão. Chamamos de granizo. Essa região em que acontece essa "guerra" entre térmicas que querem subir e gelo que quer descer é bem característica, formando uma espécie de tubo, e acontece em um espaço relativamente pequeno de alguns quilometros de largura. Na foto da esquerda se pode ver que as térmicas conseguiram furar o bloqueio feito pelas nuvens e atigiram altas altitudes onde a umidade é transformada em gelo. Na outra foto se pode ver a queda do grande volume de gelo picado sobre um pequena região da cidade.

Você pode ver esse espetáculo da guerra entre as térmicas ascendetes e as bolas de gelo caindo com o auxílio de um binóculo, focando naquela mancha escura que se forma na tempestade de verão. A mancha escura é o gelo caindo. Como pode ter gelo com o tamanho de uma bola de futebol, os aviões evitam de penetrar nesse tipo de nuvem pois uma colisão pode provocar a queda do avião.

Como efeito secundário dessa "guerra", o atrito entre o gelo caindo e o ar quente ascendente produz muita eletricidade estática que ao se acumular produzem raios muito fortes (descargas elétricas atmosféricas) que ao se descarregarem produzem ruídos monumentais conhecidos como trovões.

Nunca se deve correr dentro (ou debaixo) de uma tempestade pois a corrida faz seu corpo acumular mais eletricidade estática aumentando a chance de um raio cair em você. É porisso que numa partida de futebol sob chuva, o raio vai cair naquele jogador que mais corre dentro do campo. Veja mais efeitos dos raios em .

FASES DE FORMAÇÃO DE UMA CHUVA DE VERÃO:

FASE 1 - O sol muito quente, ajudado pela ausência de nuvens e a a existência de superfícies de alta capacidade térmica como asfalto, telhas metálicas e de pouca vegetação aquece estas superfícies que, por sua vez, produz o aquecimento do ar.

O Ar Quente tende a subir formando as Térmicas Ascendentes:

FASE 2 - As Térmicas Ascendentes são barradas pelas nuvens que impedem a subida das térmicas:

FASE 3 - A produção de mais térmicas formam camadas (denomina-se estratificação térmica) que se dispõem na forma de estratos forçando as nuvens para cima:

FASE 4 - Em algum ponto fraco das nuvens ou onde a estratificação exerce  maior pressão, ocorrerá o rompimento brusco das nuvens abrindo um "furo". Por esse furo aberto nas nuvens será formada uma corrente ascendente de alta velocidade. Dependendo do valor da pressão ascendente e das dimensões do furo, a velocidade dessa corrente pode atingir mais de 200 km/hora.

FASE 5 - A passagem da térmica pelo "furo" aliviando a pressão da parte de baixo, criará uma zona de Baixa Pressão.

FASE 6 - O ar que estava na periferia dessa zona de baixa pressão, recém aberta, corre para esta zona, formando correntes de ar que podem arrastar até caminhões. Em poucos segundos o equilíbro de pressões se restabelece. Devido ao elevado gradiente, a velocidade do vento pode atingir 150 km/hora e derrubar árvores, torres, veículos e produzir o destelhamento de grandes coberturas. A ação é circunscrita a poucas centenas de metros. Não há nome para este fenômeno. Resolvemos chamar de Vento Rápido.

FASE 7 - O forte impulso criado pelo vento ascendente no pequeno furo, leva a Térmica carregada de umidade até a grandes altitudes onde a temperatura do ar é muitas vezes abaixo de zero, podendo chegar a -500C. A umide vira micro-cristais de gelo e formam-se bolas de gelo, podendo chegar a bolas do tamanho de bolas de tenis.

FASE 8 - Com o peso, as bolas de gelo começam a cair. No caminho de descida encontram térmicas subindo e as bolas começam a derreter. Até chegar ao chão, as bolas acabam virando água. É por isso que uma das características da Chuva de Verão é formada por pingos bem gelados. Quando não dá tempo de derreter por completo, alguns grãos de gelo conseguem chegar ao solo - É o Granizo.

outra característica é que o gelo é sólido, e forma uma cortina escura. Nenhum piloto de aeronave é louco para mergulhar nessa "nuvem de gelo".

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\RMW\chuvas\chuva5.htm em 09/02/2002, atualizado em 25/01/2013.