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Os Piscinões vão evitar a ocorrência de Enchentes?
NÃO. Os Piscinões estão hidraulicamente
equivocados. Quem bolou esse tipo de solução não tem experiência com pluviologia e
não sabe como acontecem as Trombas DÁgua que, diferentemente das chuvas por
condensação, causam as enchentes.
Além disso, um piscinão implantado em Zona Urbana é um
empreendimento CARO e inutiliza uma vasta área (cada piscinão ocupa 100.000 m2 em
média) onde poderiam ser construídas milhares de moradias populares.
2 O rebaixamento e a ampliação da calha do rio Tietê
vai acabar com as enchentes?
NÃO. A ampliação da calha do rio pode
até aumentar a ocorrência e a proporção das enchentes. A ampliação tende a diminuir
a velocidade média das águas e as Foz dos afluentes não estão sendo hidraulicamente
tratados.
3 São Paulo ERA conhecida com São Paulo da Garoa. Por
que não ocorrem mais garoas na cidade de São Paulo?
O regime climático da região
metropolitana da Grande São Paulo está sendo mudado pela intervenção irracional do ser
humano. Nosso clima era TROPICAL e agora está sendo transformado em Clima de Deserto.
No regime tropical, as plantas absorvem grande parte da energia
do sol no processo de fotossíntese. E, para que as suas folhas não fiquem quentes, as
plantas possuem um sistema de refrigeração conhecido como transpiração que joga muita
umidade no ar. Com isso o ar fica muito úmido e não fica tão quente como no clima de
deserto.
No regime de deserto, toda a energia do sol é convertida em
calor. Ninguém absorve nada desse calor que é jogado todo na atmosfera. O ar se torna
muito quente.
4 Por que a Tempestade de Verão escolhe BAIRROS? As
últimas enchentes aconteceram em endereços determinados (Aricanduva, Pirajussara, Parada
de Taipas, etc.)
Porque a Tromba DÁgua ocorre por
rompimento da camada de nuvens. Quando a térmica ascendente consegue romper a camada de
nuvens em certo porto, toda a térmica ascendente acumulada nas proximidades se desloca
para lá. Ocorrem ventania com queda de árvores.
A tromba dágua acontece em 2 etapas. Na primeira etapa, a
térmica ascendente consegue romper a camada de nuvens em algum lugar. Por esse buraco a
térmica atinge grandes altitudes onde se forma o gelo que cai em seguida. Como há muita
térmica subindo o gelo derrete e chega ao chão na forma de gotas geladas. É a primeira
chuva. Esse primeira chuva enche os piscinões.
Com o buraco aberto, as térmicas que estavam acumuladas nas
proximidades CORREM para o buraco aberto na nuvem. Formam-se ventos rápidos que derrubam
árvores e destelham parte de telhados. Contribuem para a formação de corredores de
ventos, os vales, os prédios altos e as grandes avenidas. Esse grande massa de térmica
ascendente forma um grande aguaceiro que é conhecido como Tromba Dágua. Nessa segunda
etapa, a chuva já encontra os piscinões cheios.
5 Qual é a diferença entre Chuva de Condensação e
Tromba DÁgua?
A chuva de condensação ocorre quando a
umidade do ar se torna excessiva. A umidade se condensa na forma de gotas de chuva. Estas
chuvas são finas e duram um longo tempo. Se for muito fina chama-se NEVOEIRO. Um pouco
mais grossa GAROA.
A Chuva de Condensação ocorre mais no inverno.
A tromba dágua ocorre quando uma térmica ascendente
consegue FURAR uma camada de nuvem e atinge altas altitudes onde a temperatura é
extremamente baixa. Aí a umidade cristaliza na forma de gelo. Daí, a chuva ser gelada e
grossa e às vezes o gelo não consegue derreter por completo e chega inteiro ao chão, na
forma de granizo.
É condição si ne qua non a formação de térmicas ascendentes
para a ocorrência de trombas dágua. É por causa disso que não tem chovido nas
regiões de mananciais.
A Tromba DÁgua ocorre mais no verão.
6 O LIXO jogado na rua é culpado pelas enchentes?
NÃO. O lixo pode entupir BOCAS DE LOBOS,
mas os rios, quando corretamente canalizado, transporta o lixo com muita facilidade, sendo
um bom VEÍCULO de transporte. Nos EUA, por exemplo, o lixo orgânico não é jogado no
lixo, mas sim jogado no ralo da pia da cozinha.
Nas últimas chuvas vimos muitas GARRAFAS PLÁSTICAS boiando nas
águas. Garrafa plástica não é lixo. É material reciclável (dinheiro) que foi jogado
fora.
Não jogar lixo nas ruas é politicamente correto. Mas não se
pode usar as enchentes como desculpa para se educar uma população. Lições de
Cidadania, Educação Ambiental e Educação de Trânsito deveriam ser MATÉRIAS
OBRIGATÓRIAS nas escolas.
7 Qual é a diferença entre BUEIRO e BOCA DE LOBO?
Nas vias públicas temos 2 tipos de rede de
esgoto.
Um é administrado pelo Estado e forma a Rede de Esgotos de
Águas Servidas. Banheiros e cozinhas são ligados nela.
Outro é administrado pela Prefeitura e forma de Rede de Drenagem
de Águas Pluviais. Calçadas e ruas são ligadas nela.
8 A cidade de São Paulo tem uma boa Rede de Drenagem?
NÃO. A rede de drenagem da Cidade de São
Paulo é talvez uma das piores do mundo. Há bairros inteiros na cidade de São Paulo que
não possuem Rede de Drenagem.
A Rede de Drenagem é um conjunto de galerias, túneis e
corredores subterrâneos por onde corre a água da chuva.
Vocês assistiram o filme ALIGATOR. Todos aqueles corredores e
túneis onde vive aquele monstro formam a Rede de Drenagem Urbana. O filme dá uma idéia
exata das proporções dessa rede.
Em São Paulo são raras as tubulações de grande diâmetro onde
uma pessoa possa andar dentro. Quase toda a água pluvial É OBRIGADA a correr pela
superfície. Formam enxurradas que carregam pessoas e carros.
Construir Rede de Drenagem não dá voto.
9 Então, qual é a solução para o problema das
Enchentes?
Uma questão crítica que está sendo
empurrada COM A BARRIGA pelos homens públicos é a falta de uma Rede de Drenagem como
existe nos países de primeiro mundo.
Você pode descobrir se a sua rua tem ou não uma adequada Rede
de Drenagem se em cada esquina tiver 2 bocas de lobo de cada lado, na parte alta da
esquina e se tiver ao menos 2 bocas de lobo no meio de quarteirões longos.
A sociedade deve fazer uma grande pressão para obrigar o poder
público a investir na construção de uma Rede de Drenagem adequada para a cidade de São
Paulo.
Outra questão é encher a cidade com vegetação, de modo que
cada canto tenha alguma folha cobrindo. A irradiação do sol será absorvida pela
vegetação. Com isso haverá menos calor jogado na atmosfera e não haverá mais Trombas
Dágua e as chuvas voltarão a ser melhor distribuídas ao longo do mês. Passaremos
a ter chuvas mais longas e de menor intensidade pluviométrica.
MEDIDAS CABÍVEIS:
- Todas as ruas e avenidas deverão receber árvores
de copa larga nos 2 lados.
- Todas as estradas deverão receber árvores altas nos 2 lados e
também no canteiro central.
- Todas as praças públicas deverão receber árvores altas e de
copa larga.
- As paredes externas de depósitos, supermercados, shopping
centers, igrejas e outras edificações onde a incidência direta de raios solares não é
imprescindível, deverão receber proteção por sombra de árvores altas.
- As quadras de esporte, estacionamento e outras áreas abertas
deverão receber fileiras de árvores em toda área periférica de modo a formar sombras.
- Nas laterais de linhas férreas e metrô plantar fileiras de
árvores altas de modo a formar sombras.
- Nas pontes, viadutos e outras obras de arte, projetar floreiras e
jardineiras nas laterais para permitir o plantio de flores e de árvores para formar
sombras.
- O piso de campos de futebol, quadras de esporte, de
estacionamentos e outras área abertas deverão receber, de preferência, vegetação
natural em vez de material sintético.
- Os estacionamentos ao ar livre, públicos e privados, deverão
receber árvores no espaço entre vagas.
- Na cobertura de prédios deverão ser formados jardins suspensos
com plantas naturais para que os raios solares não incidam diretamente sobre o piso da
cobertura.
- Nas laterais dos prédios, incentivar a instalação de floreiras
com vegetação natural exuberante para absorver a maior parte dos raios solares
incidentes.
- Na cobertura de galpões, incentivar o emprego de telhas de
material pouco refletivo e pouco reflexivo, dando-se preferência a materiais com grande
capacidade de absorver calor.
- Os Projetos de Novos Loteamentos deverão levar em consideração
todos esses aspectos.
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Despoluir todos os rios, lagoas e represas para que a flora
aquática passe a absorver grande parte da energia solar incidente.
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