PILARES COMPRIMIDOS |
7.a |
Nos pilares comprimidos, a resistência aos esfoços atuantes é exercida uma parte pelo concreto e outra parte pela armadura longitudinal do pilar.
Numa vista transversal do pilar, podemos ver a disposição das armaduras dentro do pilar:
Podemos imaginar o concreto e as armaduras trabalhando separadamente, cada um dando a sua contribuição para a resistência do pilar, isto é, se o peso sobre o pilar é de 10.000 kgf, o pilar aguenta, por exemplo, 3.700kgf e os ferros (em conjunto) aguentam o restante 6.300kgf:
Um cuidado que deve ser tomado é que as barras de aço são flexíveis e sofrem o efeito da flambagem, isto é, pela ação da força de compressão, elas vergam:
Dessa forma, há uma tendência das armaduras de vergarem "para fora" do pilar pelo efeito da flambagem:
NOTA: para efeitos didáticos, desenhamos as peças sem o cobrimento.
Como as armaduras estão embutidas "dentro" do pilar, existe uma camada de concreto, denominada COBRIMENTO, que serve de proteção das armaduras e não deixa a umidade do ambiente chegar até as armaduras pois na presença de umidade as armaduras "enferrujam" e "somem" com o tempo.
Com a força da flambagem, as armaduras exercem um esforço horizontal (para fora) sobre o cobrimento, trincando o concreto e "tirando lascas" de concreto nos cantos dos pilares:
Dessa forma, com o destacamento do canto do pilar, a armadura longitudinal fica exposta ao relento. Veja um caso real em que o canto, já trincado porém ainda não destacado, "saiu" com facilidade puxando com mão:
Nesta situação, a armadura fica deslocada da sua posição original, podendo saltar para fora do pilar:
Para evitar que tudo isso aconteça, o pilar possui ESTRIBOS que são peças cuja única finalidade no pilar é de evitar que a armadura longitudinal sofra uma flambagem.
O estribo, na cor azul, "segura" o ferro longitudinal, na cor verde.
Quando, no dimensionamento do pilar, a carga atuante é elevada e o pilar precisa ser armado com 8 ferros longitudinais, não basta distribuir os 8 ferros como no desenho.
o ferro "do meio" ficou sem protenção contra a flambagem. Então devemos intercalar um outro tipo de estribo, que vai segurar os ferros do meio.
O mesmo tipo de problema vamos encontrar nos pilares largos. Então intercalamos um outro tipo de estribo, como no desenho abaixo:
Para determinar a Quantidade e o Espaçamento (distância entre um estrito e outro), será necessário realizar um Cálculo de Flambagem pois, se a quantidade for insuficiente ou o espaçamento for desigual, pode ainda ocorrer flambagem:
o que será evitado com o cálculo correto e o espaçamento por igual dos estribos:
Diversos fatores podem causar o Colapso de um Pilar, podendo ser desde uma falha no projeto estrutural, uma falha na execução e também falhas na manutenção e conservação.
Veja um caso real de Colapso de Pilar:
A foto acima é de um caso do Edifício Wing que ficou
famoso pois envolvia a segurança dos moradores do próprio prédio como também dos
outros prédios da vizinhança. Veja o caso em (http://engenharia-t1a.webnode.com.br/news/tudo-sobre-o-edificio-wing/
http://engenharia-t1a.webnode.com.br/news/tudo-sobre-o-edificio-wing/)
ou então um resumo em:
CUIDADOS NECESSÁRIOS:
Em pilares de garagens que são lavadas com frequencia, é preciso tomar alguns cuidados.
Caso o projetista da estrutura ou a construtora que construiu o pilar não tenham tido o cuidado com a proteção da armadura contra lavagens da garagem, então a água da lavagem vai penetrar para o interior do pilar e, devagar, vai atacando a armadura. Isso pode demorar muitos anos.
Os moradores só vão perceber o problema depois que o problema estiver em estágio avançado de oxidação das armaduras. Veja um caso típico:
No caso da foto acima, o condomínio já tinha providenciado, tempos atrás, uma intervenção reparadora e um pedreiro já tinha aplicado um reboco para tampar os ferros mas depois de um tempo este reboco também foi destacado.
O "conserto" não é tão simples como se costuma pensar pois só é possível evitar a penetração da água com o cobrimento feito com um concreto livre de vazios internos. Para isso, existem argamassas prontas, próprias para esta situação.
Outro fenômeno que afeta a armadura de aço é a Corrosão Galvânica, um processo eletro-químico que vai "comendo" o ferro da armadura de aço, o vergalhão vai ficando fininho e perdendo a sua capacidade de suportar parte do peso do prédio. Com o tempo ocorre o Colapso do Pilar com afundamento e podendo até afetar a segurança do próprio prédio. Veja mais detalhes sobre Corrosão Galvânica clicando aqui .
A execução de toda e qualquer obra de concreto, por envolver questões de segurança e de responsabilidade civil, deve ser acompanhada por um técnico resposável com registro no Crea - Conselho Regional de Engenharia. As dicas acima são meramente ilustrativas e só tem valor didático. Pelo aspecto pedagógico envolvido, as matérias e figuras podem ser livremente copiadas e distribuídas. |
ET-10\www\roberto\concreto\mascara.htm em 20/09/2008, atualizado em 21/08/2016.