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5 - A Hidráulica Fluvial

SAI DA FRENTE QUE ATRÁS VEM GENTE:

 

O canal do rio deve ter características que facilitam o livre escoamento das águas.

Acontece que nem sempre é possível se garantir o escoamento livre das águas e surgem ou são colocados dentro do rio, componentes que "seguram" o fluxo das águas. Esses componentes que diminuem a velocidade de escoamento da água são conhecidos tecnicamente como SINGULARIDADES.

Diversas são as singularidades que afetam o fluxo das águas. Veja na planta a seguir:

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  1. As paredes e o fundo da calha do rio devem ser hidraulicamente lisas. Paredes e fundos irregulares, paredes revestidas com pedras, muito mato alto, etc. seguram o fluxo das águas e diminuem a velocidade de escoamento do rio. Ao tornar liso o fundo e as laterais da calha de um rio é possível aumentar a velocidade de escoamento até 3 vezes;
  2. O traçado do rio deve ser o mais reto possível. Curvas diminuem a velocidade de escoamento das águas;
  3. Mudanças na forma da seção transversal, diminuição da área afetam a velocidade de escoamento;
  4. Pontes e viadutos com pilares dentro do rio seguram o fluxo das águas;
  5. Galerias e túneis mal projetados, isto é, com dimensões inferiores à do dimensionamento hidráulico seguram as águas, diminuido a velocidade de escoamento do rio.

Qualquer uma das singularidades acima apresentadas diminui a velocidade do rio, facilitando a ocorrência de enchentes.

O rio é um canal onde a água passa. Essa água vem de algum lugar e precisa ir para outro lugar.

Qualquer obstáculo que haja no canal, vai fazer com que a água perca velocidade e passe a fluir mais devagar. Se ela vem depressa e demora para sair, então é como o ditado popular que diz "Sai da frente que atrás vem gente".

Acontece que a água não tem como "sair da frente". Quando há demora na saída, então a água que chega começa a "entrar" por debaixo da água que está "bobeando", parada na frente. Veja no corte longitudinal seguinte o mecanismo de formação de uma enchente.

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Observe que o rio ENCHE naquele ponto. É por isso que se chama enchente.

Nós não queremos, mas a enchente é um fato necessário para o rio. Observe no desenho acima, que a parte que encheu forma um desnível. Esse desnível de água é que vai dar impulso para a água ganhar velocidade.

Quando as margens ou as bordas do rio são baixas, a enchente vai passar por cima da borda do rio, isto é, vai transbordar e começar a correr pelas ruas formando uma INUNDAÇÃO que invade as casas, lojas e fábricas. Deve se dizer que a enchente do rio inundou as casas.

ERRO MUITO COMUM: Os técnicos encarregados de estudar o assunto, geralmente apadrinhados de políticos, não são especialisatas no assunto e não levam em consideração as singularidades e esquecendo-se de estudar o que está à montante ou o que está à jusante.

É necessário garantir uma boa velocidade para rio em todo o seu percurso. O segredo do escoamento é a VELOCIDADE e não a largura ou a profundidade da calha. Quando se aumenta a largura ou a profundidade estamos aumentando a "capacidade", isto é, a quantidade de água que "cabe" no rio e não necessariamente a sua vazão. Aliás, a vazão numa calha maior pode até ser menor pois uma calha maior implica, necessáriamente em velocidade menor.

Veja um caso real - Singularidades na foz do Rio Aricanduva e na foz do Rio Tiquatira junto ao Rio Tietê - Clique aqui para ver no

Veja a foz do Córrego Carandiru incidindo perpendicularmente e criando conflito de águas no Rio Tietê:

Clique na foto acima para ver no Google Maps a bacia do Córrego Carandiru.

 

ET6\fluvial\fluvial5.htm em 06/01/2000, atualizado em 23/08/2009.