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7 - Forma da Seção Transversal

 

A forma da seção transversal deve ser cuidadosamente estudada pois essa forma é que vai permitir e facilitar o escoamento das águas e dos desejos sólidos que o rio transporta. 

Uma boa forma:

  1. Garante uma boa velocidade de escoamento das águas.
  2. Além das águas, os rios transportam sedimentos sólidos provenientes de erosão de terrenos. Na cidade de São Paulo, ainda encontramos muitos terrenos baldios e ruas sem pavimentação.
  3. Transportam também o lixo doméstico e industrial jogados pela população diretamente nos rios.
  4. Transportam o lixo doméstico e industrial jogado pela população nas ruas e que são transportados para os rios pelas enxurradas.
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ERRO MUITO COMUM: Os técnicos encarregados de estudar o assunto, geralmente apadrinhados de políticos, não são especialistas no assunto e não levam em consideração estes fatores imprescindíveis para o fluxo das águas. O erro não está nas escolhas erradas feitas por pessoas que não tem experiência - o erro está em colocar pessoas sem experiência em posição de decisão.

A hidrodinâmica de um rio é um assunto tão complexo que muito poucos cientistas têm se dedicado ao seu estudo. Da mesma forma que a bola de golfe e a bola de tênis, o fato de terem superfícies lisas, bem lisas, não garante a maior velocidade. O rio, nos seus caprichos, deseja ter fundos ondulados e margens em meandros para alcançarem a máxima vazão.

Os rios que mais transbordam como o Rio Tietê e o Córrego dos Arrudas possuem o "fundo chato" que aumenta em muito o "perímetro hidráulico" que é um fator decisivo na determinação da capacidade de escoamento (vazão) do rio.

Há uma erro cultural: A população encara o rio como uma coisa suja, indesejável. Então as casas possuem os fundos voltados para o rio. Precisamos mudar esse conceito errado e fazer com que a população encare o rio como uma coisa boa, limpa e que traz saúde e bem estar e, desse modo, passem a voltar a frente das casas para os rios.

Rios deveriam ser encarados como "Fontes de Saúde" de onde poderíamos retirar a água para beber e para preparar os alimentos. Em países do primeiro mundo, há iniciativas, principalmente governamentais, de promover o rio, festejar a chegada da estação das chuvas, eventos de valorização das águas como gincanas e campeonatos dentro do rio. Ao contrário, na nossa cultura o rio é considerado pela população e principalmente pelos governos como vala de esgoto, lugar para se jogar as coisas sujas, servidas de onde devemos manter uma certa distância. Em vez de parques que aproximam a população do rio, gostamos muito de construir avenidas marginais que isolam o rio impedindo que a população chegue perto.

Na cidade de São Paulo, tínhamos até a década de 60, clubes esportivos localizados às margens do Rio Tietê e do Rio Pinheiros e a principal atividade desses clubes eram aquelas voltadas para o uso do rio como Regatas, Vela, Natação. Eles tinham até "cochos" que eram uma espécie de cercado que transformava uma parte do rio em uma piscina segura.

Os clubes: Tietê, Espéria, Esportivo da Penha, Pinheiros e muitos outros.

Veja um trecho do site do Clube Esportivo da Penha:

Legado do Tietê

O Sol vai se pondo devagarzinho por detrás da ilha arborizada. Seus raios vermelhos e amarelos vão tingindo as límpidas águas da grande lagoa. As garças fazem o seu último vôo diário, em busca de abrigo para a noite que se aproxima. Os pescadores, figuras silenciosas, permanecem em seus postos como que enfeitiçados pela magia do ambiente.

Não estamos nos referindo a nenhuma estância ecológica distante, mas sim a um dos pontos mais bonitos do Clube Esportivo da Penha – a lagoa e a ilha – que ocupam um lugar central dentro dos quase 150 mil m2 de área verde do clube, em pleno coração do bairro da Penha.

Uma área que, num passado não muito distante, era o leito do Rio Tietê. O rio foi levado para longe, deixando uma área nua, que foi sendo plantada e cuidada com um carinho artesanal, especialmente ao longo dos últimos 25 anos, até se transformar no que é hoje: um dos clubes mais bonitos e aconchegantes da capital. Privilégio de uma grande família de mais de 12 mil pessoas, provenientes de todos os pontos da Grande São Paulo, e que têm à sua disposição uma completa estrutura de esportes, lazer e recreação, típica de um clube de campo. Convidamos você e sua família a usufruir destes privilégios.

(http://www.cepenha.com.br/clube/mapa.html em 31/12/2009)

O símbolo do Corinthians é uma âncora ladeada por dois remos, simbolizando os esportes aquáticos:

O nome do clube Tietê é, até hoje: Clube de Regatas Tietê.

Veja uma mapa antigo mostrando os inúmeros clubes que existiam nessa região:

Veja a foto da chegada da Primeira Travessia do Rio Tietê, realizada em 1924:

MARIA LENK:

Maria Lenk, venceu por quatro vezes (1932, 33,34 e 35) a Travessia de São Paulo a Nado, tradicional prova que era realizada no último domingo do ano. Isso acontecia na década de 1920 a 1930 e entre o bairro da Vila Maria e a Ponte Grande.

 

Maria Lenk participou dos jogos olímpicos de Berlin, em 1936. Moradora da Rua Carandiru, durante toda a sua infância, treinava diariamente no Rio Tietê e toda a preparação para os jogos de Berlin foi feita no nesse Rio. Para treinar ela pegava uma catraia (um pequeno barco a remo) e subia o Rio Tietê remando rio acima e voltava nadando, puxando o barco através de uma corda presa à cintura. Ela bateu o recorde mundial de nado de peito na piscina do Clube de Regatas Tiete, porém este resultado não foi homologado devido a um problema de regulamento.

 

 

Conta-se que, nos Jogos Olímpicos de Berlim de 1936, Maria Lenk estava a nadar os 200 metros bruços e ali "inventou" o estilo de MARIPOSA. Uma pequena alteração no ângulo, uma pequena correcção do gesto, o mais perfeito movimento dos corpos sobre a água. 

Maria Lenk faleceu no dia 16 de abril de 2007 com 92 anos de idade, depois de se sentir mal dentro da piscina, onde nadava diariamente.

O Rio de Janeiro perpetuou o seu nome no Complexo Aquático Maria Lenk:

 

ET-12\fluvial\fluvial7.htm em 06/01/2000, atualizado em 01/01/2010.