Avanço imobiliário
ameaça água no subsolo de São Paulo
São.Paulo, segunda-feira, 29 de dezembro de 2008 -
A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente
afirma que é necessário que haja uma mudança no Código de Obras e Edificações
da cidade para haver regulamentação do
bombeamento do lençol freático por parte das construtoras.
"Precisaria estabelecer regras [dizendo] que em algumas regiões da cidade não é mais permitido fazer subsolo,
para acabar com essa interferência [no lençol freático]. Ou, caso se admita
fazer esse rebaixamento, sejam criados alguns limites ou algumas regras de
reúso [da água]", diz Regina Barros, diretora do Departamento de Controle
Ambiental da secretaria.
De acordo com ela, hoje, quando os projetos de construção são analisados, a
Secretaria de Habitação não considera o conjunto de prédios do local. "Se
olha só para dentro de cada lote", diz. "Tivemos recentemente um caso
na rua Tutóia [Vila Mariana] onde tínhamos quatro conjuntos residenciais quase
no mesmo quarteirão bombeando lençol freático."
A diretora diz que a secretaria pretende propor uma regulamentação e vai pedir
a criação de uma comissão no Conselho Municipal do Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável para elaborar uma proposta de mudança do código.
A Secretaria de Habitação afirmou que as obras são analisadas com base na lei e
que normas que tratam do bombeamento do lençol freático prevêem, entre outras
coisas, a elevação do térreo das edificações caso o lençol seja superficial ou
as escavações possam interferir nos níveis dele.
Disse ainda que, por causa de problemas ocorridos devido ao rebaixamento do
lençol, a prefeitura emitiu portarias que condicionaram obras em Moema, Chácara
Santo Antônio (zona sul) e Água Branca (zona oeste) à apresentação de
documentos como contrato de seguro incluindo todos os imóveis do entorno que
possam ser afetados pela obra.