Quando se fala em Qualidade de Vida pensamos imediatamente em ÁGUA. É um insumo fundamental. O ser humano necessidade de água de qualidade
e em abundância. Água para beber, para cozinhar, para tomar banho e lavar as coisas. A região da Grande São Paulo localizada na parte alta do
planalto do sudeste é carente em manciais de água em quantidade para o abastecimento
público. Apesar dessa carência natural, consegue atender quase que satisfatóriamente a
demanda atual graças a pesados e vultosos investimentos realizados no passado nos 6
grandes sistemas de captação e tratamento de água: Guarapiranga, Cotia, Riacho Grande,
Cantareira, Taiaçupeba e Rio Claro.
Entretanto alguns desses mananciais estão
exauridos e poluídos e sua recuperação exigirá investimentos altíssimos difíceis de
serem viabilizados pelo Estado falido e proibitivos para a iniciativa privada por causa
dos elevados valores e longos períodos de retorno do investimento.
Os mananciais que formam esses sistemas
foram paulatinamente sendo ocupados em sucessivas invasões de "sem terra" e
hoje encontram-se em situações irreversíveis de poluição, sem nenhuma infra-estrutura
de saneamento básico, jogando o esgoto doméstico "in-natura" diretamente nos
reservatórios. A Lei Estadual criada para proteger as áreas dos mananciais de água
parece que não funcionou e, pior, não permite que o Estado promova a instalação da
infraestrutura de saneamento básico para esta população clandestina.
O Governo do Estado criou uma arapuca para si mesmo
quando aprovou a Lei de Proteção dos Mananciais. Agora o Banco Mundial não tem como
patrocinar as obras de saneamento numa região em que o próprio govervo fez "vistas
grossas" e permitiu a ocupação clandestina.
A construção de novas rodovias e a
duplicação das existentes criaram facilidades de acesso e, desta forma, estão
favorecendo a ocupação irregular por condomínios e principalmente indústrias
poluidoras conforme é notícia quase que diariamente nos grandes jornais, com |
|
flagrante atentado contra o meio ambiente da Serra da
Cantareira. O pior é que
o o sistema de fiscalização e vigilância governamentais como a Polícia Florestal e as
Prefeituras estão totalmente falidos e não têm a menor competência para conter a onda
de invasão.
Na virada do milênio começará a faltar
água em muitos bairros da cidade. Os estudos realizados para a expansão do sistema de
abasteciemnto de água para a região da Grande São Paulo aponta o rio Ribeira de Iguape
como a mais próxima fonte de água potável.
Entretanto o transporte dessa água para a
região metropolitana de São Paulo terá que passar pelo bombeamento para vencer o
desnível de cerca de 800 metros existente entre o rio Ribeira e o planalto, além dos
mais de 200 kilometros de distância que separam estas localidades, problema que ainda
não possue uma solução técnica economicamente viável.
Felizmente, alguns dos mananciais
encontram-se ainda em situação privilegiada. O sistema Rio Claro, por exemplo, está
localizado na Serra do Mar entre a cidade de Salesópolis e o alto da Serra do Mar, em uma
região de difícil acesso e que não é passagem para lugar nenhum. Desse modo está livre de qualquer possibilidade
de poluição.
A água captada na Serra do Mar através
do Rio Claro e armazenada no Reservatório de Rio Claro é conduzida através de uma
adutora subterrânea , a
adutora de Rio Claro, diretamente ao reservatório da Mooca, passando por detrás das
cidades de Mogi das Cruzes, Suzano, Poá e Ferraz de Vasconcelos percorrendo os quase 30
kilometros da avenida Sapopemba, a mais longa avenida do Brasil.
A partir do reservatório subterrâneo da
Mooca, tubulações de grande diâmetro instaladas no sub-solo das ruas Barretos, Fernando
Falcão, viela da Cidade Mãe do Céu e rua Serra de Bragança, distribuem a água pura da
montanha para a privilegiada
região do Tatuapé. |