Trincas decorrentes de Corrosão Galvânica |
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O FENÔMENO:
Qualquer componente metálico, quando colocado dentro de um meio aquoso tem os seus elétrons positivos atraídos pelos elétrons negativos do meio.
Esse fenômeno, conhecido como galvanismo, é o princípio das pilhas galvânicas. O polo negativo é chamado de cátodo e o positivo de ânodo.
A presença de determinados sais no meio aquoso potencializa o fenômeno.
Como resultado dessa atração, o metal perde o elétron positivo, isto é, ocorre uma reação química em que o metal (duro) é transformado em um sal solúvel. O sal, sendo solúvel, é carriado pela água. A isso chamamos de corrosão ou mais especificamente corrosão eletroquímica, também conhecida como corrosão catódica.
Esse fenômeno acontece:
- Num cano de água enterrado ou embutido no concreto;
- Num cano de gás enterrado ou embutido no concreto;
- Na armadura do concreto de caixas d´água;
- Na armadura do concreto aparente de fachadas;
- Na armadura do concreto de áreas úmidas;
- Na armadura das fundações de um prédio;
- Nas partes do concreto que recebem água com freqüência.
COMO RESOLVER?
Uma das soluções é aplicar um revestimento de um material cujo óxido não seja solúvel.
O zinco por exemplo, produz sais insolúveis. Na presença do oxigênio produz óxido de zinco que é insolúvel. Na presença do gás carbônico produz carbonato de zinco que é insolúvel. Na presença de cloretos (água do mar) produz cloreto de zinco que é insolúvel. Na presença de enxofre produz sulfato de zinco que é insolúvel.
É por isso que o zinco é aplicado em boa parte de tubos. O processo de aplicação de zinco chama-se galvanização e o tubo protegido é conhecido como tubo galvanizado.
MAS NEM SEMPRE É POSSÍVEL APLICAR ESSE REVESTIMENTO.
Então podemos "oferecer" ânions aos "esfomeados" cátions através de um outro material cuja atividade aniônica seja mais intensa. Essa técnica é conhecida como proteção catódica. Mais uma vez, o zinco é o metal ideal para essa proteção. A adição de certos "aditivos" como o irídio potencializa a propriedade aniônica do zinco.
O material que oferece ânions é chamado de ânodo de sacrifício e vai perdendo matéria ao longo do tempo. Deve estar eletricamente ligado ao metal que desejamos proteger.
Como vai perdendo material, chega um dia em que a proteção catódica deixa de funcionar.
MAS ... Como podemos oferecer proteção à armadura em situações como esta de pilares sujeitos à ação freqüente de água?
Não basta escovar (mesmo que seja com escova de aço) a armadura enferrujada e refazer o revestimento de concreto (mesmo que enriquecido com aditivos especiais) pois esse revestimento ainda vai permitir a penetração da água.
Existe, no mercado, uma tela chamada TELA-G que ao ser aplicada por sobre a armadura do pilar, faz uma proteção catódica onde a tela funciona como anodo de sacrifício e, dessa forma, a armadura do pilar deixa de sofrer o ataque, isto é, a corrosão catódica. É uma tela especial fabricada com zinco e outros ativadores.
Outra opção disponível no mercado são pastilhas denominadas pastilha-Z que são empregadas como os espaçadores comuns e amarrados na armadura, ficando entre a armadura e a forma. Da mesma forma que os espaçadores comuns, são feitas de cimento e areia, porém com uma diferença - contém no seu interior uma placa de material de alta atividade aniônica e funcionam como anodo de sacrifício.
Todas essas soluções baseadas na inclusão de anodos de sacrifício devem ser calculadas pois o tipo de tela e a quantidade de pastilhas dependem do grau de agressividade catódica do meio.
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\RMW\trincas\caso38.htm em 29/07/2007, atualizado em 21/11/2009 .