CONTENÇÃO
DE TALUDES
TALUDE ATIRANTADO |
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Talude Atirantado é um sistema de contenção de taludes baseados em Tirantes.
O Bulbo de Ancoragem é uma estrutura de concreto injetado que fica firmemente ancorado em terreno firme.
Tirantes são fios ou barras de aço introduzidas no talude, uma das pontas fica bem ancorada no Bulbo de Ancoragem e a outra ponta fica presa, por meio de porca ou cunha numa Placa de Apoio.
O Tirante pode ter grande comprimento, podendo atingir mais de 20 metros. Como as camadas superficiais de um talude é formado, geralmente, por material fraturado, desagregado e de baixa resistência, o Projeto do Tirante se baseia na Sondagem Geológica e vai definir a cota do Bulbo em região de material firme.
Em taludes instáveis, com tendência a escorregamentos, a posição do bulbo é definida em região longe da área instável.
Caso o solo tenha matacões ou outras manifestações de rocha, procura-se inserir o bulbo dentro da rocha furando-a com o auxílio de uma broca diamantada.
O comprimento do Bulbo é calculado em função das características do terreno. Calcula-se o comprimento de ancoragem do cabo no concreto e o comprimento de ancoragem do bulbo no solo.
A Laje de Apoio é uma laje de concreto armado dimensionado para distribuir, de um lado, as tensões do terreno e de outro as tensões da Placa de Apoio.
Devido às cargas elevadas a que fica sujeita, a Laje de Apoio possui espessuras elevadas, coisa de 30 a 40 centímetros de espessura em lajes com 4 X 4 metros. No caso de Cortina Atirantada, a Laje pode ter 1,20 m de espessura.
Taludes Atirantados podem ser executados em etapas, laje a laje. Quando as lajes são protendidas o maciço não sofre o Alivio de Tensões. Cuidados especiais como deixar bancadas intercaladas sem escavar garantem a integridade do maciço.
A Placa de Apoio é uma estrutura feita de aço e possui furos para a passagem dos Tirantes e formato para acomodar os Parafusos de Ancoragens ou Cunhas de Ancoragens.
Antigamene, era comum a fixação do tirante por meio de solda. Soldava-se o Tirante diretamente na Placa de Apoio. Entretanto, essa prática se mostrou nociva à segurança do conjunto por 2 motivos:
1 - A solda esquenta o Tirante alterando suas propriedades, isto é, diminuindo a sua resistência;
2 - O local soldado é de difícil proteção contra a agressividade do meio.
Hoje em dia não se usa mais solda. O Tirante é fabricado com o comprimento do Projeto, recebe uma camada de proteção anticorrosiva na fábrica, geralmente de epoxi, e não pode ser cortado.
No caso do Tirante do tipo MONOCABO, sua fixação é feita por meio de uma Porca de Fixação rosqueada nas mossas.
No caso de Tirante do tipo CORDOALHA, sua fixação é feita por meio de Cunhas de Fixação.
Todo o conjunto formado pela Placa de Apoio, Parafuso ou Cunhas deve receber uma proteção em concreto com cobrimento mínimo de 3 centímetros.
Essa proteção de 3 centímetros também é aplicada ao longo do Tirante e também ao longo do Bulbo.
Aplica-se Calda de Cimento preparado conforme norma NBR-7681 com fator água/cimento de 0,5 e resistência aos 28 dias de pelo menos 25 MPa.
No caso da proteção do Tirante, a norma brasileira exige que o mesmo tenha dupla e às vezes até tripla proteção. Então, normalmente o tirante recebe uma capa, uma espécie de mangueira, plástica que é conhecida como Primeira Proteção, depois uma camada com pelo menos 3 centímetros de Nata de Cimento conhecida como Segunda Proteção.
Dependo das condiçoes do local como agressividade do solo, o Tirante pode receber uma Terceira proteção que seria uma pintura epoxi ou galvanização feita na fábrica.
Cada um dos tirantes deve ser ensaiado e os resultados anotados no Relatório de Ensaio do Tirante.
Veja mais detalhes do Tirante Monobarra em
Veja mais detalhes do Tirante Cordoalha em
Veja o que diz a norma brasileira NBR-5629 Execução de tirantes ancorados no terreno.
RMW\talude\Caso8.htm em 22/12/2010, atualizado em 12/02/2013.