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Aula inaugural revela falhas na engenharia de trânsito no país

sex 08, 2014 por: Unigranrio em: Unigranrio

A aula inaugural do curso de Arquitetura e Urbanismo também caiu sob medida para alunos de Engenharia Civil, Logística e Direito da Unigranrio. O engenheiro Roberto Massaru Watanabe foi o palestrante convidado para falar sobre conscientização da cidadania no trânsito e segurança nas vias públicas. Watanabe, formado pela USP, tem especialização em Infraestrutura urbana, hidrologia e hidráulica fluvial. Para ele, falta no Brasil a implementação de segurança viária como rotina, precedendo obras que tenham interferência com trânsito. A parceria desse encontro teve o apoio do Rotary Club de Duque de Caxias, além da presença de diretores, pró-reitores, professores e acadêmicos da Unigranrio.

Reitor da Unigranrio, Arody Herdy, abriu o evento repetindo a frase dita por Eduardo Campos, em sua última entrevista, no Jornal Nacional/TV Globo:

“Hoje, o país está mais triste com a morte de Eduardo Campos. Eu prefiro citar a sua frase durante entrevista na TV Globo, que é forte e que nos faz refletir sobre o nosso futuro: ‘Não vamos desistir do Brasil’. É através de educação que conseguiremos transformar uma nação. Agradeço a presença e a brilhante palestra do engenheiro Roberto Massaru Watanabe. Tudo aquilo que possa trazer desenvolvimento à cidade de Duque de Caxias é bem-vindo, porque traduz e qualidade de vida a nossos cidadãos. Muito obrigado a todos do Rotary, por trazer um tema tão relevante para nossa cidade”.

Engo Roberto Massaru Watanabe  e seu currículo nota 10

Destacamos sua atuação nos projetos Anel Rodoviário de São Paulo e duplicação da Rodovia Régis Bittencourt, Sistema Cantareira de Abastecimento para a Grande São Paulo, Emissário Submarino de Santos, hidrelétricas de Itaipú, Tucuruí, Jupiá e Ilha Solteira, Rodovia dos Imigrantes (SP), além de inovações conquistadas por ele no Instituto de Pesquisas Tecnológicas do estado de São Paulo (IPT). Roberto Watanabe  também contribuiu com diversas pesquisas sobre segurança nas edificações. Ele é professor de pós-graduação na Unicamp, há mais de 18 anos.

Aula-show

Em um dos slides apresentados em sua palestra, Watanabe usa de seu ótimo bom humor para mesclar críticas a sugestões práticas, que desmistificam a máxima de que a culpa por acidentes é, na maioria das vezes, por culpa de motoristas. “Dizem que 75% dos acidentes de trânsito ocorrem por falha humana, mas as estatísticas não levam em consideração as condições inseguras da via. São muitas as possibilidades de intervenção nos acessos, seja através de correções geométricas de pavimento, de sinalização, de visibilidade, entre outros motivos. Esta questão de falta segurança em vias públicas não é recente, é recorrente”, adverte.

Motorista teve culpa, mas a prefeitura também contribuiu para este grave acidente

Outro bom exemplo de que acidentes graves podem ser evitados, foi a projeção de uma foto que ilustra o acidente com um ônibus da Viação Itaguaí, em agosto de 2013. Watanabe informa que ele despencou de um viaduto conhecido como Tobogã, em Itaguaí, 70km ao sul do Rio de Janeiro, causando a morte de seis pessoas, incluindo o motorista do ônibus. “Toda esta tragédia poderia ser evitada, caso houvesse barreiras de concreto, ao invés de simples corrimão de metal. Até uma carroça poderia romper a proteção e cair no mesmo local. As escolas de ensino fundamental poderiam ter ensinamentos básicos sobre mensagens de trânsito, para que mais cidadãos cumprissem a lei no trânsito. Num determinado momento nós somos motoristas, mas em outros somos passageiros ou pedestres”.

Ponte Rio-Niterói ainda está inadequada ao trânsito, desde 1974

Um dos passatempos principais de Watanabe é circular pelas cidades, mas de olho nas aberrações das grandes cidades. Ao mostrar uma foto legendada com os principais problemas causados pela falta de estudos sobre engenharia de trânsito, na Ponte Rio-Niterói, o engenheiro detalha falhas que ainda persistem, desde 1974: “Vejam aqui neste slide que não há acostamento na lateral direita das duas pistas, não há área de fuga, os postes de iluminação são instalados de forma perigosa, em caso de acidente, e não há defensa na lateral externa da pista. Quantos acidentes vocês já ouviram falar, em que a culpa recai, apenas, aos motoristas”, critica Watanabe.

 

 

Ponto de ônibus com teto de vidro transparente: cadê a sombra?

Num de seus slides seguintes, Watanabe mostra a manchete do jornal Folha de São Paulo, com a seguinte manchete: ‘Cadê a sombra?’. Na Zona Oeste da capital paulistana, na av.Sumaré, passageiros esperam ônibus atrás do ponto, porque a cobertura foi feita de vidro, o que apenas os defende de chuva. “Os usuários protestaram junto à prefeitura, já que reclamam de calor nas novas paradas de ônibus. Outra observação foi a falta de indicação dos devidos itinerários, nestes abrigos, comenta o representante do Rotary.