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A AQUISIÇÃO DO CONHECIMENTO

REVISÃO 1 EM 13/03/2006

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      Eu tenho andado muito por aí e observado que

costumam fazer muita confusão entre aula, palestra, seminário, painéis e outros eventos destinados ao ensino, divulgação e treinamento de pessoas.

Observo também que tais eventos são organizados sem a mínima preocupação com a eficiência do evento, não é feito um acompanhamento pedagógico nem há preocupação com a didática.  

Embora não seja especialista desta área, resolvi apresentar o problema de uma forma que qualquer leigo possa entender quais são as questões envolvidas em um processo de transmissão do conhecimento. Ouso a isso lembrando Kant: "Seria atrevida jactância e presunção deveras extravagante querer resolver todos os problemas e responder a todas as interrogações". O pouco que sabes deves repartir com os demais pois sempre haverá aquele que saberá tirar bom proveito mesmo que o saber seja pouco.

Se discordares de algo, ótimo, divulgue aos quatro ventos pois aí teremos a antítese que, como veremos, faz parte da dialética, e do confronto desses opostos nascerá uma terceira versão resultado da evolução das duas primeiras.


1 - A AQUISIÇÃO DO CONHECIMENTO:

O homem que sabe vale mais.

No mundo globalizado de hoje, mais do que nunca, urge que se conheça, é imprescindível o acesso ao conhecimento, é importante amar o saber.

Isto é FILOSOFIA.


2 - O QUE É A FILOSOFIA:

Ao pé da letra, filosofia significa Amar o Saber. Filósofos desenvolvem verdadeira paixão pelo conhecimento.

Dependendo da forma como as informações são tratadas, a filosofica pode ser:


1 - LÓGICA:

Trata da preservação de verdades e dos modos de se evitar a inferência e raciocínios inválidos.


2 - METAFÍSICA:

Trata da realidade do ser e do nada.


3 - EPISTEMOLOGIA:

Trata da crença, da justificação e do conhecimento.


4 - ÉTICA:

Trata do certo e do errado, do bem e do mal.


5 - ESTÉTICA:

Trata do belo. É a percepção individual caracterizada normalmente pelo que é agradável aos sentidos.

Esta percepção depende do contexto e do universo cognitivo do indivíduo que a observa.

 

Adquire-se o saber pelo DIÁLOGO.


3 - O QUE É O DIÁLOGO:

Entende-se como diálogo o ato de comunicar-se, de discutir, de expor idéias por meio de perguntas e respostas.

O ser humano é um ser complexo e na interação entre pessoas se faz presente a intenção, os valores, a cultura, o contexto, a realidade e mais um sem números de variáveis que criam dificuldades para um diálogo satisfatório.

O diálogo é, então, um embate em que as partes expõem idéias e apresentam argumentos para que essas idéias sejam aceitas pelas outras partes.

Dessa interação nasce a DIALÉTICA.


4 - O QUE É A DIALÉTICA:

É a arte de argumentar no diálogo. Esta é um versão que circulava na Grécia antiga.

Nos dias de hoje, Dialética é o modo de pensarmos as contradições da realidade, o modo de compreendermos a realidade como essencialmente contraditória e em permanente transformação. Aquele que diz "eu já dizia ... " é um ser parado no tempo, pois dizia (há um tempo atrrás) e continua dizendo a mesma coisa.

Como saímos de um conceito simplista de "argumentar", lá na antiga Grécia e chegamos a este conceito moderno?

Heráclito, que foi o pensador dialético mais radical na Grécia antiga, dizia que os seres humanos não têm estabilidade nenhuma, estão em constante movimento, modificando-se. Sua célebre frase "Um homem não toma banho duas vezes no mesmo rio" reflete a essência do seu pensamento por que nem o homem nem o rio serão os mesmos.

Aristóteles estudou muito sobre o conceito de movimento e influenciou outros filósofos a estudar o lado dinâmico e mutável do real.

Após Aristóteles podemos entender que enquanto a Filosofia descreve a realidade, a Dialética busca, não interpretar, mas refletir a realidade mesma.

Passados muitos séculos sem que houvesse avanços significatidos sobre o estudo da dialética, chegamos na época do Renascimento, quando diversos pensadores chegaram a travar combates contundentes, resultando em diversos conceitos sobre a dialética:

Dialética Hegeliana - É idealista e aborda o movimento do espírito (veja mais detalhes nas obras de Hegel).

Dialética Marxista - Análise da realidade, indo do abstrato ao concreto e que oferece um papel fundamental para o processo de abstração.

Marx afirma ter invertido a dialética hegeliana, que era idealista e se torna, assim, materialista (veja mais detalhes nas obras de Marx).

Dialética da Natureza - Engels toma a dialética como sendo formada por leis e esta tese será desenvolvida por Lênin e Stálin.

Alguns pensadores qualificam-a de não-marxista.

Bem ... essa discussão toda sobre as formas da dialética teve uma vantagem pois permitiu-se criar o:

Método Dialético - Modo esquemático de explicação da realidade e que se baseia em oposições e em choques entre situações diversas ou opostas.

Busca elementos conflitantes entre dois ou mais fatos para explicar uma nova situação decorrente deste conflito.

Método Causal - Estabelece relações de causa e efeito entre os fatos (exemplo: a evaporação da água causa a formação de nuvens, que, por sua vez, causa as chuvas).

Elementos do Método Dialético:

Tese: Afirmação ou situação inicialmente dada.

Antitese: É uma oposição à Tese;

Síntese: Situação nova que decorre do conflito entre a Tese e a Antitese. 

Toda essa racionalidade no trato da dialética, suscita outro debate muito interessante que ocorre entre os pedagogos em torno da forma de raciocinar. Qual é mais eficiente, o Dedutivo ou o Indutivo? Banido das escolas ocidentais, o raciocínio indutivo ainda é muito cultuado nos países orientais. Eu mesmo, desenvolvo muitos dos meus raciocínios empregando a indução, que aprendi quando frequentei a escola de japonês entre 5 e 7 anos de idade.

Veja um exemplo clássico. A pergunta: Quantos jogos serão necessários para selecionar o campeão em um campeonato de futebol em que participam 1.000 times, sendo que em cada jogo é eliminado um dos times?

Ora, o raciocínio dedutivo nos leva a pensar que, realizando uma fase de 500 jogos, restará 500 times e na sequência, outra fase, agora com 250 jogos, fará restar 250 times. Aparentemente é uma maneira muito boa para resolver o problema, mas esbarranos no limite quando chegamos a 125 times. Como realizar 62 jogos e meio?

Em contraposição, o raciocínio indutivo parte do particular para o geral e diz que se participasse do campeonato apenas 2 times, bastaria 1 único jogo e se participasse 3, 2 jogos e se participasse 4, 3 jogos. Ora, já deu para perceber a regra. Então, havendo 1.000 times será necessário a realização de 999 jogos.

Muitas pessoas acreditam que ela mesmo está em evolução pois possuem o hábito de afirmar "bem, em síntese ...". Na verdade ela quer dizer "bem, resumindo .. ". Só há síntese quando há oposição, tese e antítese e desse confronto surgir uma terceira situação.

Kant dizia que a consciência humana não se limita a registrar passivamente impressões provenientes do mundo exterior, que ela é sempre a consciência de um ser que interfere ativamente na realidade.

Ao exteriorizar o que pensa, o homem interfere na realidade alterando-a de modo que antes mesmo de terminar a frase ela não representa mais exatamente o seu pensamento. As coisas são muito rápidas. Não que a gente consiga trancar a gaveta e jogar a chave dentro mas é mais ou menos como o coelhinho que foi chegando perto da coelhinha dizendo: "Vai ser bom. Não foi?".

Todas essas formas de se promover a dialética pode ser aplicada às diversas necessidades que o ser humano tem de comunicar-se e que pode ser feito de uma das muitas e variadas formas.


5 - AS DIFERENTES FORMAS DE COMUNICAÇÃO:

 

Fala - É uma simples expressão oral, uma manifestação que uma pessoa faz sobre um tema qualquer. Não há, necessariamente, uma intenção nem tampouco uma necessidade de análise ou julgamento.

Apresentação - É a fala de uma pessoa feita de forma estruturada com a preocupação de ter um início, um meio e um fim.

Painel - É um quadro, um retrato. É a apresentação de fatos, dados, informações que "retratam", into é, mostra como está, como anda, etc. uma determinado assunto. É a chegada de um mensageiro, uma testemunha que viu os fatos e correu para retratar a situação para um grupo de pessoas. Tratando-se de um relato, não cabe contestação nem discussões.

Palestra - É uma conversa feita por um especialista em determinada matéria. O que é a gripe aviária e quais os riscos que corremos?. Niguém faz idéia do que é isso. Então procuramos e convidamos um especialista que fará um painel, apresentando os fatos atuais, e tecerá comentários pessoais (parecer técnico) baseado em sua experiência anterior como especialista. Tratando-se de depoimento de um especialista, não cabe contestações nem discussões. Também não há preocupação de como as pessoas receberam as informações, deixando as interpretações a carga de cada um.

Discurso - É uma oração, um trabalho recitado perante um público. Uma pessoa, não necessariamente especialista no assunto, fala sobre um assunto com certa intenção. Não sendo especialista, ela pesquisa e monta um roteiro e um texto que, não lido, mas seguido procura levar certa mensagem ao público que o assiste. Por exemplo, um representante dos alunos faz um Discurso de agradecimento aos professores durante uma cerimônia de formatura da escola.

Exposição - É uma exibição pública onde a pessoa que desenvolve a narrativa preocupa-se com a forma em que os ouvintes estão recebendo as informações transmitidas. Há indagações à platéia e se permite discussões ligeiras. Permite-se também indagações ao expositor.

Aula - É o local onde se leciona ou a lição de uma disciplina.

Lição - É a matéria ou tema ensinado pelo professor ao aluno. Mais conhecido como Aula. É também a exposição didática feita pelo professor. Pode ser interpretado também como preleção, leitura, experiência, exemplo e punição.

Lecionar - Ensinar, dar lições de, explica em modo de lições, doutrinar, explicar.

Oração - É uma súplica religiosa, uma espécie de discurso sem platéia.

Oratória - É o ato de falar em público com postura e eloqüência para passar determinada mensagem.

Classe - É o grupo de alunos de uma aula.

Curso - Ato de correr, de percorrer. O curso de um rio. O conjunto ou a seqüência de matérias ensinadas na escola, na classe.

Treinamento - É a ação que objetiva tornar o aluno apto para determinada tarefa. Confundido por muitos com aula, palestra ou curso, no treinamento não há professor, não há ensino. Os alunos devem participar de atividades e dinâmicas para desenvolverem em si as habilidades necessárias para conduzirem determinadas tarefas. Uma simples palestra ou conjunto de palestras não pode ser considerado Treinamento visto que não desenvolve habilidades.

Treinamento de Capacitação - É o treinamento que objetiva desenvolver as aptidões individuais até o limite da capacidade de cada um. Dar uma tarefa a um indivíduo de alta capacidade não significa, necessariamente, sucesso garantido. É como dar a um motorista um carro com alta capacidade no tanque de combustível. Ele não conseguirá ir muito longe se o tanque estiver com pouco combustível. O treinamento de capacitação, como o nome diz, é a ação que desenvolve cada competência até o limite da capacidade.

O Novo Rotary, representado pelo PLD e pelo PLC, incentiva bastante dois tipos de treinamento de capacitação. Um é o Treinamento de Capacitação em Rotary e o outro é o Treinamento de Capacitação em Liderança. (veja mais em www.ebanataw.com.br/capacitacao

Encontro - Ajuntamento de um grupo de pessoas.

Reunião - Novo encontro. Pessoas que participaram do encontro trazem resultados de levantamento combinados no encontro.

Seminário - Encontro para debater assuntos de qualquer natureza.

Simpósio - Reunião de especialistas para discutir determinado tema.

Assembléia - Reunião de muitas pessoas para determinado fim que pode até ser para promover debates ou tomar decisões.

Congresso - Reunião SOLENE de especialistas para tratarem de assuntos de interesse público.

Conferência - Ato de conferir. Conversação entre pessoas sobre negócios de interesse comum que fizeram, anteriormente, determinadas combinações e agora se reúnem para verificar se as metas foram ou não alcançadas.

Em Rotary, a Conferência é a oportunidade de conferir se as metas estabelecidas, durante o PETS, para a gestão foram alcançadas ou não e as razões que contribuíram assim com as razões que dificultaram o alcance dessas metas. É também a oportunidade de conferir se o conjunto de regras de procedimentos continuam a atender as necessidade dos clubes em atingir o Objetivo do Rotary e caso contrário preparar uma proposta ou moção para modificação dessas regras e também eleger um Delegado que irá participar do Conselho de Legislação para defender essa proposta. Por isso, a reunião de delegados é o ponto alto de uma Conferência de Rotary.

 

Como se pode ver, não é fácil participar desses eventos. Há situações em que não se deve contrariar, há situação em que se deve contradizer, tem hora que não devemos achar nada e outras em que somos obrigados a achar alguma coisa. 

Você como coordenador, palestrante, professor ou um simples participante precisa conhecer a dialética para contribuir positivamente e também para aproveitar positivamente o humor desses eventos.


6 - AS DIFICULDADES ENCONTRADAS NA COMUNICAÇÃO:

O homem é um animal sociável por natureza. Aristóteles o chamou "animal político", o que significa que o homem é um ser destinado a viver na polis, isto é, em sociedade organizada. Assim sendo, não basta ao homem adquirir conhecimentos, e transformar seu cérebro num armazém de idéias. É preciso que ele possa transmitir tais conhecimentos a seus semelhantes, com os quais convive. Daí, a necessidade desse conjunto de sinais, que constituem a linguagem e que representam simbolicamente as idéias dos homens.

Em Rotary encontramos pessoas novas e de idade. Profissionais habituados a comandar grandes grupos de pessoas e também profissionais liberais que conversam com uma pessoa de cada vez.

Diversidade é um dos pontos mais fortes do Rotary.

As dificuldades aumentam quando o treinametno envolve rotarianos provenientes de regiões completamente distintas.

Dificuldades Culturais e Regionais - Devido a etnicidade, condições econômicas ou religiões diversas, entre outros, os paticipantes de um evento podem apresentar diferentes pontos de vista e expectativas. Imaginem uma pessoa que faça uma afirmação do tipo "Eu sou cabra macho tchê!".

Experiência Rotária - Um Presidende de Comissão participando da Assembléia Distrital pode ter muitos anos de experiência em diferentes comissões do clube, enquanto outro poderá ser iniciante em tudo, inclusive no Rotary. Imaginem dois Protocolos discutindo disposição de mesa, por exemplo.

Tamanho do clube - O participante que vem de um clube de 15 sócios possui hábitos rotários diferentes de outro que vem de um clube de 100 sócios. Embora as normas e procedimentos sejam iguais para os clubes, as formas como são implementados são diferentes. Imaginem uma simples cobrança de mensalidade: a forma, certamente, será diferente de um clube para outro.

Numa Assembléia Distrital não dá para colocar lado a lado o futuro tesoureiro desses clubes, tão diferentes, e querer discutir formas de cobrança.

Experiência em Lecionar, em Treinar - Em Rotary valorizamos o voluntariado. Muitas vezes o resultado do trabalho de um companheiro ficou uma porcaria, mas considerando a boa vontade e o empenho dele, elogiamos com palavras grandiosas e incentivadoras.

Quando desejamos ministrar uma palestra ou um treinamento sobre determinado assunto, muitas vezes deparamos com companheiros que demonstram grande iniciativa e boa vontade porém sem nenhum preparo na arte de lecionar, sem didática e sem experiência em administrar conflitos e discussões.

Procure rotarianos que possuam experiência em treinamento ou que seja da área educacional, que tenha amplo conhecimento sobre o Rotary e que saibam como repassar aos participantes as informações essenciais.

Consistência do Treinamento - Muitas vezes, o instrutor desenvolve palestra ou treinamento de primeiríssima qualidade. Todos os participantes ficam de boca aberta tamanha é a capacidade, a eloqüência e o poder de envolvimento do instrutor. Mas o resultado pode ser desastroso pois tudo o que o instrutor passou não tem nada a ver com o que o Governador, o Presidente ou a Literatura Rotária desejava passar.

Os instrutores selecionados para determinado evento muito provavelmente possuem experiências diversas. Imaginem um PETS com dezenas de palestrantes e instrutores, cada um na sua e todos desvinculados com o tema e as ênfases da gestão.

Um tema como o PLC deveria permear todas as palestras. Entretanto, muitos PETS tratará o PLC como mais uma palestra. Uma responsabilidade adicional junto com o aumento do quadro social e arredação per capta. Se isto acontecer, será como jogar no mesmo balaio a laranja, o abacaxi e a faca e dizer que não será possível saborear nenhuma das frutas pois não se tem como descascá-las.

Então, treinar todos os palestrantes garantirá certa uniformidade e maior coerência do seminário. O que deve ser enfocado nesse treinamento dos palestrantes?

• Explanação clara sobre os propósitos do evento, salientando os principais tópicos e seus objetivos. A sua palestra deve contribuir, acrescentar e engrandecer o evento;
• Apresentação da programação do evento e aspectos logísticos. Qual é a intenção do organizador do evento. Que tipo de público alvo teremos, de onde partimos e onde queremos chegar;
• Compreensão e uso prático de técnicas de facilitação de discussões, ou de outros métodos que serão aplicados no treinamento;
• Avaliação das normas relativas a materiais informativos obrigatórios e opcionais. Qualquer material preparado individualmente por instrutores deve ser revisado antes do evento, para assegurar harmonia com o propósito do evento e o restante dos materiais;
• Oportunidades para compartilhamento de informações sobre as áreas em que possuem experiência;
• Identificação de recursos e materiais de apoio que ajudem a preparar os instrutores;
• Obtenção de informações sobre treinamentos e itens de apoio necessários.

Características do Aprendizado de Adultos - Aquelas técnicas pedagógicas que vimos nossas professoras empregando para nos ensinar aritmética na escola primária, não servem para o ensino para adultos.

As crianças, em especial os recém nascidos, empregam uma forma de raciocínio denominado TOPOLÓGICO, isto é, baseado em formas diversas que se entrelaçam. Na medida em que elas se desenvolvem vão perdendo a capacidade de pensar topologicamente substituindo essa forma de raciocínio pelo lógico formal.

É por isso que crianças têm uma grande facilidade e habilidade de resolver aqueles intrincados quebra-cabeças feitos de arames, argolas e pregos em que determinada peça precisa sair de um lugar e ser conduzida até outro. A solução pelo raciocínio topológico é muito mais rápida do que pelo raciocícnio lógico e, muitas vez, o lógico não consegue apresentar uma solução para o problema.

A prática do origami, por exemplo, é um exercício que mantém e até ativa o raciocínio topológico. Tente!

Adultos têm enormes dificuldades em promover a retençao dos conhecimentos adquiridos. Adultos só pensam no causal. Tudo que se faz na vida precisa ter uma causa e um efeito. É difícil conversar com adultos. Eles não conseguem entender que muitas vezes fazemos as coisas simplesmente pelo prazer de fazer.

Só para se ter uma idéia, veja as taxas de retençao em função do tipo de evento:

Daquilo que lemos, conseguimos reter apenas 10%

Daquilo que ouvimos, conseguimos reter apenas 20%

Daquilo que vemos, conseguimos reter quase 30%

Daquilo que vemos e ouvimos conseguimos retrer quase 50%

Daquilo que dizemos conseguimos reter quase 80%

Daquilo que dizemos enquanto agimos conseguimos reter quase 90%

Analise atentamente o quadro acima e reflita sobre as diversas situações da sua própria vida.

Os dados acima foram extraídos do Manual do Instrutor do Rotary.


7 - COMO SE PREPARAR PARA DAR UMA BOA AULA:

Seja um Facilitador - A intenção é favorecer a troca de idéias entre os participantes. O facilitador não deve expor opiniões próprias.

• Motiva as pessoas, desde o princípio, a querer participar;
• Mantém o grupo concentrado no assunto e não ultrapassa o tempo de discussão permitido;
• Faz perguntas para ajudar a elucidar pontos críticos;
• Cria consenso a partir de pontos de vista diversos;
• Mantém alto grau de interesse e participação;
• Mitiga problemas de comportamento inadequado no grupo.

Dirija as Discussões - Fique o tempo todo atento para todos os participantes. Nem todos conseguem isso. Muitos nem enxergam os participantes por causa do nervosismo.

Para incentivar o envolvimento de um participante mais calado:
“Marcos, qual é a sua opinião sobre...?”
Para incentivar a troca de experiências pessoais:
“Alguém sabe de ocasiões em que esta abordagem funcionou?”
Para chamar atenção a assuntos ainda não considerados:
“Antes de prosseguirmos, há algum outro aspecto específico deste tópico que deve ser considerado?”
Uso construtivo de conflitos:
Que aspectos são aceitos por todos?”
Para testar a força de um ponto de vista:
“Quem mais concorda com este ponto de vista?”
Para evitar que alguns participantes dominem a discussão:
“Antes de continuarmos, alguém mais tem algum comentário sobre o assunto
que acabamos de tratar?”

Para manter o debate dentro da programação:
“Voltaremos a este tópico no final da discussão.”
Para sugerir a necessidade de encerrar a discussão:
“Gostaria de ouvir os comentários finais de mais duas ou três pessoas antes de encerrarmos.”

Faça você mesmo algumas perguntas - Discussões abertas entre os participantes geralmente é um processo natural, mas algumas vezes o instrutor precisa fazer perguntas para incentivar a partipação ou ilustrar conceitos.

Domine seus Cacoetes - Sua intenção é boa, seu palavreado também é bom. Mas seus gestos indicam uma outra comunicação, muitas vezes contrárias ao que você está falando.

• Cacoetes verbais
O uso excessivo de expressões como “um”, “ahn”, “né” pode distrair os participantes e reduzir o poder de autoridade do orador, além de fazê-lo parecer despreparado para a tarefa.
Sotaque carioca, mineiro, gaucho, baiano, etc. com muitos menins passando pelas porrrtas e se admirando com tchês e uais, diminuem a eficiência da comunicação.
• Cacoetes gestuais
Gestos podem ser úteis para enfatizar alguns pontos, mas abusar deles pode distrair os ouvintes. Evite repetir constantemente os seguintes movimentos:
— Mexer em suas jóias ou ajustar os óculos. Para piorar tem gente que usa dois óculos, um para perto e outro para longe e durante a palestra fica trocando os óculos o tempo todo.
— Abrir e fechar a caneta. Aquele clique-clique irrita e cria um bloqueio ao aprendizado.
— Passar a mão no cabelo. Quem tem cabelo comprido é bom ir com o cabelo preso.
— Recostar-se na parede ou apoiar-se na tribuna
— Olhar o relógio
— Distribuir materiais informativos. As pessoas irão prestar atenção no papel e não em você. Para piorar, o texto sempre tem um êrro e ele vai querer comentar o erro com o vizinho. Se for imprescindível a distribuição de folhetos, faça-o no fim da palestra.

Gerencie o tempo da palestra ou do treinamento - Gerenciamento de tempo é importante nos eventos rotários, pois os sócios participam desses treinamentos durante seu tempo livre. O controle eficaz de tempo evita que os participantes se sintam sobrecarregados, entediados ou frustrados.

Recupere o tempo perdido - Ao notar que se atrasou, no andamento, procure recuperar o tempo. Veja uma tabela de sugestões:

Perda de Tempo Solução
Começar atrasado Comece o treinamento no horário indicado na
programação. Se nem todos os participantes retornaram, inicie uma discussão ou atividade que não exija que todos estejam presentes.
Começar uma atividade quanto os participantes estão confusos sobre o que devem fazer Forneça instruções claras aos participantes. Se forem de difícil compreensão, imprima-as e as
distribua com antecedência. Para certificar-se de que compreenderam, peça a um dos presentes que
repita as instruções orientativas.
Registrar pontos da palestra no flipchart enquanto os participantes esperam Prepare os flipcharts com antecedência. Se necessário, peça que um voluntário o ajude durante as
discussões.
Distribuir materiais informativos para cada participante Prepare pacotes de materiais informativos com antecedência. Se possível, inclua-os no material de
inscrição, distribua-os antes do início da sessão, ou peça a alguns participantes que o ajudem a distribuí-
los durante o treinamento.
Demonstrar passo a passo uma tarefa ou processo discutido durante a sessão Mostre somente partes que sejam novas ou essenciais para a compreensão geral do participante.
Permitir que os subgrupos relatem uma a uma suas repostas ao restante dos participantes Forneça papel de flipchart e canetas para os que os grupos registrem suas respostas. Peça que cada
grupo apresente apenas um ponto de seu parecer. As demais respostas podem ser dispostas e discutidas concomitantemente.
Permitir discussões extensas que se afastam dos assuntos principais Volte à matéria inicial, mas encoraje aqueles que foram interrompidos a expressar suas opiniões em
discussões subseqüentes ou durante o intervalo.
Esperar que participantes se apresentem como voluntários Durante os intervalos, recrute voluntários. Convoque pessoas quando não houver voluntários.
Requisitar idéias ou perguntas de um grupo cansado Forneça uma lista de possíveis comentários e sugestões, pois pode servir de base para os participantes.

 


8 - ROTEIRO PARA UMA PALESTRA DE SUCESSO:

 

1 - Uma palestra equivale a uma Dinâmica de Grupo onde pessoas diferentes atuam entre si seguindo interesses pessoais diferentes um dos outros.

 

 

 

 

 

A interatividade da relação entre um e outro é dinâmica e os interesses variam muito em tipos, profundidade e duração.

Alguns dos interesses têm existência fugaz enquanto outros interesses podem durar a palestra toda e, às vezes, ultrapassa o período da palestra.

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O professor gostaria que todos prestassem atenção única e exclusivamente a ele e insiste no silêncio como se os alunos estando em silêncio estivessem assimilando

toda a panafernália de besteiras que ele descarrega.

Quando tem um aluno que fala, ou mesmo irriquieto, o professor se irrita e não consegue prosseguir com o seu roteiro previamente estabelecido.
Mas, cada aluno, por sua vez, gostaria também, que todos prestassem

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(ou reparassem) única e exclusivamente nele.

A palestra transcorre nesse estado de coisas e o professor precisa CONSEGUIR passar o recado dele com maestria e eficácia.
Vejamos algumas "dicas" que poderiam ajudar o professor nesse enorme desafio

 

1 - CUIDADOS ANTES DA PALESTRA:

1. Procurar descobrir os anseios dos participantes em relação ao tema. Não tentar adivinhar pois sempre se erra. Ligue para alguém que conheça a turma. Veja se já existem dúvidas, curiosidades. Isso ajuda você a determinar o ponto bom para começar e até onde você vai ter que levar.

2. Tentar obter antes o número de participantes e o nível dos mesmos. Isso ajuda a delimitar as fronteiras do seu "rebolado" (O quanto você pode sair e desviar do tema central). Numa platéia de bom nível você pode sair do tema, dar uma grande volta e retomar o tema que eles conseguem acompanhar.

3. Elaborar um roteiro OBJETIVO. A palestra é como uma boa história: Tem que ter início, meio e fim. Como num bom discurso: Exórdio, Texto e Peroração. Como toda boa aventura deve ter um TARGET ou META ou ALVO a ser atingido.

4. Se o assunto for vasto e com bastante variáveis não interessa ficar citando muitos casos. Geralmente a platéia de uma palestra é constituída de leigos que vão ficar boiando com essa variedade toda. Concentre em um ou no máximo dois casos mais significativos ou representativos e fique por aí. O bom é deixar um gostinho de quero mais. Certa vez assisti uma palestra de um médico que disse que existe a hepatite A, a hepatite B, etc. e ficou detalhando as características de cada um desses tipos. Foi cansativo.

5. Providenciar uma divulgação adequada de forma que os participantes se interessem mais pelo Palestrante e menos pelo Tema da palestra. Você DEVE SER o show. O ideal é quando as pessoas comentam "Esse cara é bom" e não "Esse tema é bom".

6. Treinar muito a dicção, procurando adquirir o hábito de pronunciar as palavras com clareza. Treinar também a fluência, procurando pronunciar a frase numa única seqüência.

7. Verificar as condições locais como:

1. Disponibilidade de equipamento de som,

2. se o microfone é com fio ou se o comprimento do fio é suficiente para uma boa mobilidade na sala.

3. Qualidade do som. Se o aparelho tiver aquele som de taquara rachada, você vai ter que compensar usando um tom mais grave.

4. Verificar a acústica do local. Muitos locais têm um alto grau de reverberação e isso causa uma certa pressão sobre os ouvintes.

5. Verificar o nível de ruído externo e se isso não vai atrapalhar a palestra.

6. Ver se o local tem um relógio e se o relógio fica num local visível para o palestrante. Se não tiver, levar um.

8. Levar alguém com você. Caso não tenha, no local, alguém que possa fazer uma BOA apresentação do professor, use a pessoa que você levou. Não é bom o próprio professor ficar falando ele próprio que ele é isso, que é aquilo, etc.

9. Nos momentos que antecedem a palestra (recepção, cock-tail, etc.) procurar não entrar no tema da palestra. Não emitir críticas, opiniões pessoais CONTRA o que quer que seja. Não fazer comparações. Não elogiar pessoas e entidades que não estão lá.

10. Procure se concentrar no roteiro que você preparou. Vá preparado para enfrentar as "feras".

2 - CUIDADOS DURANTE A PALESTRA:

1. Procure começar EXATAMENTE no horário programado, independentemente do número de participantes presentes.

Caso a sua palestra seja baseada em conceitos importantes que são colocados logo no início da palestra, é claro que aquele que chegar atrasado ficará prejudicado. Então utilize um artifício de "contar uma história" com a desculpa de ESQUENTAR A GARGANTA. "Certa vez fui fazer uma vistoria ... ". Cuidado! a história não pode ser uma história qualquer. Deve estar relacionada com o tema da palestra.

Enquanto você ganha tempo para esperar que os retardatários cheguem, você estará proporcionando aos que já estão lá, momentos agradáveis e úteis pois estará passando informações curiosas e úteis.

2. Cuidado com a reciprocidade. Como você contou uma história, alguém vai querer também contar um caso pessoal. Procure não dar abertura. E se alguém começar sem mais nem menos, procure cortar.

3. Não depender de nada e de ninguém. Não utilizar retroprojetor nem projetor de slides. Essa panafernália eletrônica sempre dá problemas.

4. Não utilizar NOTEBOOK nem outros recursos de alta-tecnologia. Tiram o brilho da palestra.

Acontece muito do palestrante ser interrompido por alguém que quer saber a versão do Power Point que está sendo utilizado.

Quem tem que brilhar na palestra é o professor e não a tecnologia.

5. Caso utilize desenhos, banner, telas, etc. lembre-se de jogar com as cores. Lembre-se do arco íris e cores de lados opostos do verde são mais equilibradas.

6. Se usar projeção, prefira letras claras com fundo escuro. Assim não precisa escurecer o ambiente.

7. Se usar projeção, não use as telas como material de leitura ou de roteiro da palestra. Isso amarra muito o andamento. Lembre-se que não estamos num curso de graduação. Use a tela para esquemas, fotos, ilustrações, etc. Use uma caneta laser para indicar as partes do desenho. Leve sempre duas canetas pois sempre falha.

8. Se possível, não leve a palestra em disquete nem em CD. Costumam dar erro de leitura, mais por defeito do computador deles. Use a Internet. Aliás, crie na Internet uma pasta com as Fotos Típicas e outros materiais. Havendo curiosidade ou "perguntas inteligentes" poderá acessar o site e mostrar tais fotos e esses outros casos. Isso vai demonstrar que você além de ser um grande professor é também um profissional com muita experiência.

9. Esteja trajado 'com brilho'. Seja um artista. Seja uma estrela de primeira magnetude.

10. Cabelo, barba, unhas, sapato, etc. Tudo Impecável. Leve sempre um pente no bolso. Se o seu cabelo é daqueles que despenteia com facilidade, aplique um gel.

11. Providenciar para que você seja BEM apresentado e como um EXPERT.

Geralmente eles destacam como apresentador uma pessoa ilustre, um veterano velho, meio cego e meio gagá. Então, leve uma versão do currículo curta e impressa com letras grandes. Na diagramação nunca empregue aquela estética de contrato em que o texto fica justaposto nas duas margens. Pode até ser bonito, mas dificulta a leitura. Também não quebre as palavras pois dificulta a leitura e também procure não separar o adjetivo do seu respectivo substantivo.

O apresentador deve ter voz firme, e deve FAZER A APRESENTAÇÃO e não restringir-se a uma LEITURA DO CURRÍCULO.

Há entidades em que o presidente da reunião anuncia: "convido o fulano para fazer a leitura do currículo ... ". Está errado. O certo é: "para fazer a APRESENTAÇÃO do palestrante".

12. Levar por escrito um currículo de no máximo ¾ de página e escrever com letras grandes, de forma que qualquer cego consiga ler.

13. No currículo só colocar itens que estejam ligados ao tema da palestra e que criem nas pessoas a sensação do tipo "é a pessoa certa para esse assunto".

Preferências pessoais como "Corinthians" vai dividir a platéia e fazer com que mais da metade dos presentes fique contra você. Isso é muito gratuito e você não merece esse "contra" antes mesmo de começar a sua palestra.

14. Manter, todo o tempo, uma postura humilde porém firme e fazer as afirmações com convicção. A convicção de um expert.

15. Existem certos cacoetes que precisam ser eliminados. É muito comum o professor, ao iniciar a palestra, dizer: "Boa Noite!".

Isso é muito ruim, pois todos vão querer, instintivamente, responder ao seu cumprimento criando uma ânsia de resposta. Se o ambiente estava tranqüilo, depois do "Boa Noite" vai virar um mercado de peixe. Comece a palestra com algo do tipo "Agradeço a oportunidade ... " e vai logo entrando no assunto.

16. Mais vale a postura e a coreografia (marca mais) do que o conteúdo.

17. Não fique parado. Mexa-se o tempo todo. Dá uma falsa idéia de dinâmica. "Puxa, a palestra foi muito boa. Dinâmica, movimentada".

18. As pessoas devem sair da reunião com a aquela sensação de que aprenderam alguma coisa, que alguma coisa foi acrescentada na sua vida. Essa alguma coisa deve ser do tipo que elas precisam ficam encucando.

19. É bonito encontrar as pessoas um certo tempo depois e elas se lembrarem da palestra. Aquela palestra foi inesquecível. (Algum detalhe da palestra ficou gravado na minha cabeça)

20. Levar o roteiro, colocar à sua frente mas evitar de FICAR LENDO a palestra. A palestra deve ser apresentada e não lida. Só "leia" quando for o caso de uma definição, ou de um valor numérico, por exemplo. Aliás, nesses casos é bom todos lerem juntos.

21. Passe para eles o roteiro da palestra, por escrito. Isso mostra o que vai ser tratado e se eles forem organizados saberão quando fazer a pergunta. E se eles não forem espertos será uma boa dica para não responder a uma pergunta incoveniente, alegando que será visto mais à frente, como ele próprio pode ver no roteiro. Se for o caso, leve o roteiro escrito numa cartolina e pendure na parede.

22. O roteiro de uma boa palestra deve ser preparado sempre do fim para o começo. O fim deve ser marcante. Usar um FRASE DE EFEITO ou um GESTO DE EFEITO. Você deve dar uma LEMBRANÇA para eles levarem para casa. Depois que você determinou como vai terminar, como será o fim da história, vai ficar bem fácil escolher o começo e também como você vai sair do começo e chegar ao fim, ou seja, traçar o roteiro da palestra.

23. Cuidado para não cair em certas armadilhas. Coisas do tipo "Eu não sei se alguém daqui já foi ... ", como as pessoas não estão prestando atenção o tempo todo, pode soar como insegurança.

24. Procurar não responder a perguntas. Qualquer pergunta sempre vai te obrigar a PENSAR. É um risco muito grande de você perder o fio da meada. Em Rotary, combine como Presidente que perguntas, se houver, só no fim.

25. Você deve dar a entender que, como especialista no assunto, preparou um roteiro, que acredita estar completo, e pretende percorrer o roteiro em XXX minutos, após os quais pretende ficar à disposição para esclarecer qualquer dúvida de interesse geral ou mesmo após a reunião, se a dúvida for de natureza particular.

26. Isso é importante. Se não conseguir frear o ímpeto dos alunos de fazer a pergunta, não responda de imediato. Veja que mais alguém está prestando atenção na pergunta do aluno. Se ninguém estiver prestando atenção, não perca tempo respondendo. Diga que irá conversar com ele logo após o término da palestra. Palestra é para todos e não para este ou aquele ouvinte.

27. Cuidado com as ciladas. Muitas pessoas têm verdadeiro prazer em deixar o professor em situação constrangedora. Não aceite provocações. Esteja atento pois por detrás de uma pergunta inocente pode estar um grande cilada.

28. Saiba terminar. Nunca utilize frases do tipo "para encerrar... " São palavras que atentam contra o próprio professor. Ele fica meio desesperado pelo final da palestra e fica tentando se lembrar se não deixou algum item importante. Quando o palestrante sente que a palestra está uma porcaria, ele não tem nenhuma dificuldade de terminar. Mas quando ele sente que a palestra está boa, que todo mundo está gostando, ele não-quer-terminar e evita o fim de tudo quanto é jeito. Inventa, enrola e acaba estragando a bela palestra.

29. Existem fatos que reforçam essa angústia. Se a platéia não responde ou não corresponde à nossa expectativa (Oh! aplausos, etc.), o professor pode ficar com a sensação que não falou aquilo que deveria e vai julgar que não foi suficientemente enfático ou convincente e fica "enrolando" procurando se lembrar de uma "tirada" marcante.

30. Não demonstrar insegurança em nenhum momento. Frase do tipo "que mais eu poderia falar ... " ou cacoetes do tipo "ã, umm, ahn, ..." tiram todo o brilho da palestra.

31. Lembrar que a palestra não é um FÓRUM DE DEBATES em que cada um dos participantes pode apresentar a sua opinião pessoal. Na palestra só o palestrante tem o direito de se expressar, e aí ele pode falar a besteira que quiser, e os participantes "são obrigados a engolir", mesmo que a opinião pessoal do palestrante seja escandalosamente ridícula.

Se alguém se levantar e emitir uma opinião pessoal, seja ela a favor ou mesmo contrária, você não precisa responder.

32. O aluno tem o direito de pedir um esclarecimento. Algo que você disse e não ficou claro. Ainda assim, se você sentir que só ele teve esta dúvida. Você poderá dizer que ao final conversa com ele. É muito comum alguém (que não entendeu alguma coisa dizer: "Acho que muita gente não entendeu ... " dando a entender que ele não é único ignorante na sala).

33. A DURAÇÃO da palestra é crítica. Procurar cumprir o prazo estabelecido. Se o apresentador não estabeleceu um prazo, é bom o próprio professor fazê-lo. "Vamos procurar, nos próximos 40 minutos ver ... "

34. Para poder ter a flexibilidade de alongar ou encurtar a duração da palestra, procure ter "histórias de bolso" do tipo "certa vez atendi uma cliente  ... "

35. Evite ficar olhando para o relógio. É irritante. Procure habituar a sentir o tempo passar. Veja também se o recinto já não tem um relógio na parede, de preferência num local fácil de se ver.

36. Se possível, "ande" pelo recinto todo para obrigar os participantes a fazerem o exercício do pescoço e assim ajudar a circulação do sangue na cabeça.

Isso ajuda a diminuir a sonolência dos participantes.

Não apele. Tem professor que obriga todos a se levantarem e fazer exercícios. Isso é perigoso pois tira a concentração da palestra.

37. Se possível, faça um curso de Feng Shui e aprenda a ficar nos lugares certos para RELACIONAMENTO, PROSPERIDADE e SUCESSO.

38. Verifique se o ambiente permite uma boa circulação do ar.

Ambientes fechados criam um ar viciado, carregado de gás carbônico e isso provoca sonolência nas pessoas.

39. Acostume-se a variar o TOM da voz. Uma voz aguda desperta nas pessoas sensações de irritação, inquietação e, em contrapartida, uma voz grave desperta sensações de tranqüilidade e de sono.

40. Fale para todos como se estivesse falando para UM. Procure não se dirigir a algum aluno em particular. A reação será sempre desastrosa. A uma simples pergunta do tipo Qual é o seu nome ela vai responder com coisas do tipo: "Quem? Eu? Meu nome?" e vai quebrar a seqüência da palestra.

41. Se não é conveniente fazer pergunta a uma pessoa em particular, nunca faça perguntas genéricas pois as pessoas vão querer responder e como você não deu oportunidade para todos responderem eles vão querer responder ao seu vizinho e não vão mais prestar atenção à sua palestra.

42. Nunca chame a atenção da platéia durante uma palestra, você não foi lá para isso. "Por favor, preste atenção ... " ou "Se eu estiver atrapalhando essa conversa ... ". Se eles não estão prestando atenção é por que a palestra não está interessante. Chamar a atenção nesta situação significa "obrigá-los" a essa tarefa enfadônha. Experimente abaixar um pouco o volume da voz. Eles passarão a ouvir a própria voz e irão perceber que estão atrapalhando. Parar de falar e ficar "encarando" eles é pior que chamar a atenção. Então, meu caro e ilustre palestrante, você só tem que seguir em frente e procurar melhorar. Ou melhora o conteúdo para que se torne mais interessante para eles ou melhora a forma para eles se sentirem "atraídos" pelo seu charme.

43. Lembre-se da neurolingüística. Há pessoas de características Visuais, Auditivas e Emotivas. Comunique-se falando alternadamente as palavras VEJA, OUÇA E SINTA.

44. Cuidado com os agradecimentos. Tem gente que diz: "Gostaria de agradecer ... " e não chegam a pronunciar o "Obrigado!". Além disso o tempo do verbo está errado. Não é "gostaria". Seria "quero"? ou é melhor usar uma linguagem direta do tipo: "Agradeço ... ". E, não deixe de falar OBRIGADO!

45. O final deve ser sempre do tipo GRAN FINALE. Evite situações constrangedoras do tipo "Alguém tem alguma dúvida?" Se a palestra foi muito boa ninguém deveria perguntar nada. Se a palestra foi completa a resposta será geralmente um silêncio MORTAL.

46. Leve bastante cartões de visita. Sempre tem alguém que lhe pede um. Leve também caneta e papel. Sempre tem alguém que quer que você envie para ele alguma coisa e para isso fornece a você o endereço dele.


Parte das recomendações contidas nesta página, foram extraídas do Manual do Instrutor, publicação de número [246-PO] do Rotary International, disponível para download no site www.rotary.org.

Esta página pode ser acessada a partir de qualquer ponto do território terrestre, bastando digitar o endereço www.ebanataw.com.br/geroi/saber.htm 

Agradecimentos especiais à professora Yara L Cardoso do Rotary Água Rasa, meu clube do coração.

Página atualizada em 22/05/2009


  O que é o grupo GEROI     

Grupo de Estudos sobre Rotary na Internet - Brasil, se destina ao debate de idéias e ampliação do conhecimento entre rotarianos sobre as atividades dos Rotary Clubs, Distritos, Fundação Rotária, Rotary International e entidades/programas a eles vinculados.

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Esta é uma página pessoal que contém uma opinião essencialmente pessoal a cerca do tema Aquisição do Conhecimento.
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Roberto Massaru Watanabe
Sócio Honorário do Rotary Club de São Paulo - Artur Alvim e RC de Mogi das Cruzes - Norte - EMAIL: roberto@ebanataw.com.br. Watanabe é engenheiro e como tal participou do projeto das grandes obras da engenharia nacional como a Rodovia dos Imigrantes e as hidrelétricas de Ilha Solteira, Itaipú e Tucurui. Nesses empreendimentos, adquiriu muita prática no planejamento, treinamento e condução de grandes equipes.

RMW\GEROI\saber.htm em 11/03/2006, atualizado em 22/05/2009 .

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