CONTENÇÃO DE TALUDES

 

TIRANTE TIPO CORDOALHA

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Tirantes podem ser de um único cabo ou pode ser de muitos cabos.

No caso de Tirante Monobarra, chegou-se a empregar barra de ferro de construção, tipo CA-50A mas hoje em dia não se usa mais devido à dificuladade de confecção e proteção da rosca na cabeça.

Atualmente se emprega barra de aço especial, aço do tipo CP-190RB com Tensão de Escoametno de até 850 MPa com diâmetros de 15, 32 e 36 milímetros e com capacidade de 8, 35 e até 45 toneladas-força.

Essas barras são especialmente fabricadas sob encomenda e seu comprimento é aquele especificado no Projeto do Tirante pois a barra não pode ser cortada.

Na fabricação do tirante monobarra, são feitas mossas no formato de roscas ao longo de toda a barra. Tais "roscas" são utilizadas para a confecção de emendas que são do tipo luvas rosqueadas e também para rosquear a Porca de Ancoragem.

A dificultade de uso do Tirante Monobarra é quando se requer grandes profundidades pois a barra é rigida e fabricada com o máximo de 12 metros de comprimento. Limitação esta imposta pela dificuldade de transporte. Outra dificuldade é que o emprego de luvas de emenda obriga a fazer um furo com diâmetro maior pois a luva, sendo metálica, precisa também de um cobrimento de pelo menos 3 centímetros de calda de cimento.

O Tirante Multicabo pode ser várias barras independentes ou cabos tipo cabo de aço com cordoalhas. 

Atualmente se dá preferência a Tirante tipo Cordoalhas.

Use-se cordoalhas sob norma NBR-7483, CP-190-RB, em geral de 12,7 milímetros de diâmetro com até 12 cordoalhas por tirante, com tensionamento de até 419 kN.

A vantagem do Tirante tipo Cordoalha é que são "flexíveis", o que facilita o transporte, de modo que se opta por este tipo em atirantamentos que requerem grandes profundidades, não havendo limites.

Quando ancorados em terreno sob via pública ou terreno de terceiros, usa-se Fator de Segurança 1,75 e Meio Agressivo pois não se tem controle sobre os usos futuros desses terrenos. Então, além da Primeira Proteção e da Segunda Proteção, recomenda-se valer da Terceira Proteção aplicando pintura epóxi ou galvanização na fábrica.

Nos casos em que o tirante for ancorado sob terreno de via pública ou sob terreno de terceiros, é obrigatória a obtenção de autorização da Prefeitura ou do Terceiro para essa ancoragem, além de providenciar Averbação no Cartório de Registro de Imóveis para que o Terceiro (atual e futuros) sejam alertados sobre a existência do Tirante sob seu terreno e eventuais cuidados que sejam necessários para não danificar o Tirante em obras no subsolo.

No caso de Tirantes aplicados sobre talude formado por corte do terreno natural, deve-se adotar Tirante do tipo ATIVO, isto é, depois de ancorado o Tirante recebe uma força de protensão equivalente à tensão existente no terreno antes do corte. Dessa forma, o maciço não sofre o problema de Alívio de Tensões, tão danosas às estruturas existentes por causa dos recalques que ocorrem durante o alívio de tensões.

Segue desenho esquemático mostrando as partes de um atirantamento com tirante tipo Cordoalha.

O tirante tipo cordoalha possui um tubo para se fazer a insejção da calda de cimento. Esse tubo avança pela área do bulbo e possui diversos furos de 8 mm, chamados de Manchetes, que são cobertos por uma borracha funcionando como válvula. Então o tubo de injeção pode ser lavado após uma injeção e mais tarde, depois da cura, pode ser feita outras injeções. 

Injeções múltiplas são vantajosas quando a ancoragem é feita em terrenos moles onde é necessário aguardar um tempo de acomodação do bulbo.

Veja detalhes de um atirantamento com tirante tipo Monobarra -

Veja o que diz a norma brasileira NBR-5629 Execução de tirantes ancorados no terreno.

RMW\talude\Caso8B.htm em 22/12/2010, atualizado em 12/02/2013.