O tráfego de veículos pelas vias: |
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ASFALTO SOBRE PEDRA | ||
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No antigo Império Romano, havia mais de 150.000 quilometros de estradas para facilitar o acesso à Capital. Diziam "Quem tem boca vai a Roma". Veja mais detalhes sobre as vias romanas, conhecidas como Cursus Publicus clicando aqui .
O interessante é que as vias romanas eram construídas com a supervisão de engenheiros que se preocupavam com a infraestrutura necessária para a preservação do investimento.
Uma das questões bem cuidadas era a drenagem, pois tinham receio que as águas da chuva pudessem "carregar" a estrada. Então construíam galerias para coletar e conduzir as águas da chuva.
diferentemente de estradas constuídas em países bárbaros onde não havia este tipo de preocução.
Muitas vias são ainda construídas com revestimento de pedra. É uma técnica antiga porém muito eficiente pois a pedra tem um desgaste menor e, portanto, dura mais de 50 anos. Veja um exemplo como a Avenida Presidente Wilson, em São Paulo, construída na década de 40 num grande centro industrial que existia por lá.
O revestimento de pavimento com pedras naturais apresenta a grande vantagem de ser permeável, isto é, permite a passagem da água. Olhando bem de perto se vê o mato que cresce no espaço entre uma pedra e outra.
Veja ilustrações que mostram como é feito o revestimento com pedras:
Sobre um colchão de areia o profissional conhecido como CALÇATEIRO vai cavando buracos na profundidade de cada pedra de forma que a face mais plana da pedra fique em alinhada. Para isso usa uma ferramenta denominado Martelo Calçateiro que, de um dos lados, serve para cavar a areia e do outro para bater a pedra até atigir o nivelamento desejado.
Em dias de chuva, a água que infiltra nos terremos mais altos infiltram no solo e percolam (caminham) no subsolo formando uma rede conhecida como Rede de Percolação. Encontrando locais próximos da superfície a água sobe e aflora, escoando pela superfície.
Uma das barbaridades cometidas, principalmente em bairros pobres da periferia, é a aplicação de asfalto diretamente sobre as pedras. Isto é feito desta maneira pois a capa de asfalto tem um custo relativamente pequeno em relação ao custo de uma Pavimentação Asfáltica.
Ainda para piorar, o asfalto, que deveria ser lançado a quente, é aplicado a frio e à mão, recebendo uma leve compactação manual.
O resultado é um pavimento que é tamponado (selado, lacrado) impedindo a passagem da água da chuva. A água que percola por entre os espaços entre uma pedra e outro, força a capa asfáltica (que é frágil pois foi compactada à mão).
O resultado todo mundo já conhece: a capa asfáltica é arrancada formando falhas que muitos chamam de cratera.
O revestimento de pedras pode até ser aproveitado, bastando fazer uma camada drenante que vai recolher a água que sobe pelos espaços entre uma pedra e outra e conduzir para o lado onde a água é descartada sem causar danos ao pavimento.
Basta ter uma assessoria um pouco competente em assuntos de pavimentação.
Relembrando, um Pavimento Asfáltico é formado por diversas camadas e, em vias de tráfego pesado (rua que passa ônibus, por exemplo) não podemos precindir do Sub-Leito que faz a distribuição do peso e da Base que faz a drenagem do solo protegendo a capa do ataque da água de percolação.
Também não custa lembrar que o pavimento asfáltico, tendo que aguentar bem o tráfego de veículos pesados, como um ônibus lotado, suas camadas devem ser homogêneas e compactadas com equipamentos apropriados e nunca à mão ou com compactadores manuais.
As máquinas aplicadores de asfalto modernas são de operação complexa, exigem operadores treinados pois elas são orientadas por GPS e são dotadas de diversos tipos de sensores que garantem uma planaridade quase perfeita para a superfície acabada. Coisas como as que vemos em algumas cidades do interior, onde operários mal treinados aplicam asfalto já frio e nivelam "com todo capricho" não é mais admissível.
Entretanto, a falta de conhecimento técnico de nossos administradores públicos propiciam, ainda, a construção de estradas usando técnicas que não seriam admitidas nem no antigo império romano.
Bem . . . com esse atraso de mais de 2.000 anos, ainda nos resta o consolo de que pessoas estão sendo empregadas nas famigeradas operções tapa-buracos, as firmas de uniformes estão faturando e as de EPI (botas e luvas) também.
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ET-10\RMW\trafegando\AsfaltoSobrePedra.htm em 01/03/2017, atualizado em 02/03/2017 .