O tráfego de veículos pelas vias:
Cálculo do VDM

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VDM é a sigla que significa Volume Diário Médio e representa a quantidade de viagens em determinado trecho de uma rodovia.

As administradoras e concessionárias de rodovias (estradas e vias urbanas) realizam periodicamente a medição da quantidade de veículos que passam por um certo local. Essa medição serve para planejar as ações futuras como a determinação das rotas em função do tipo de transporte (origem-destino) e também para o planejamento dos modais de transportes como a implantação de linhas de transporte coletivo como os ônibus e transporte de massa como os metrôs.

No caso de condomínios, a determinação do VDM não se restringe à quantidade de veículos residentes no condomínio (vagas na garagem) mas sim à quantidade de viagens que os moradores realizam e também à quantidade de veículos visitantes que são gerados pelos moradores.

Veja uma tabela exemplo de VDM em rodovias cuidados pelo estado:

POS-TO TRECHO ADMINIS-TRAÇÃO VDM - VOLUME DIÁRIO MÉDIO POR ANO E POR CLASSE DE VEÍCULO
2013 2014 2015
PASSEIO COMERCIAL TOTAL PASSEIO COMERCIAL TOTAL PASSEIO COMERCIAL TOTAL
001  PU BRAGANÇA PAULISTA - SP 147 (SOCORRO) DER-DR.1  3.247  936  4.183  3.381  974  4.355       
965  BRAGANÇA PAULISTA - PINHALZINHO DER-DR.1        18.652  2.202  20.854  19.603  2.178  21.781 
966  PINHALZINHO - SOCORRO DER-DR.1        5.743  922  6.665  5.784  843  6.627 
006  SP 332 (FRANCO DA ROCHA) - BR 381 (MAIRIPORÃ) DER-DR.10  12.982  2.575  15.557  14.293  2.112  16.405  14.234  1.935  16.169 
722  SP 280 - ITAPEVI DER-DR.10  27.440  3.080  30.520  28.331  3.180  31.511  28.850  3.238  32.088 
723  ITAPEVI - SP 270 (COTIA) DER-DR.10  16.930  2.248  19.178  17.480  2.321  19.801  17.800  2.363  20.163 
435  SP 148 (CAMINHO DO MAR) - SP 122 (RIBEIRÃO PIRES) DER-DR.10  18.241  3.367  21.608  18.833  3.476  22.309  19.178  3.539  22.717 
007  SP 122 (RIBEIRÃO PIRES) - SP 066 (SUZANO) DER-DR.10  15.634  2.735  18.369  16.142  2.823  18.965  16.438  2.874  19.312 
008  BR 116 (CUMBICA) - SP 065 (NAZARÉ PAULISTA) DER-DR.1  2.359  328  2.687  2.456  341  2.797  2.519  349  2.868 
010  SP 065 (BOM JESUS DOS PERDÕES) - SP 063 (PIRACAIA) DER-DR.1  6.777  909  7.686  7.056  946  8.002  7.237  970  8.207 
011  SP 063 (PIRACAIA) - JOANÓPOLIS DER-DR.1  1.470  313  1.783  1.530  325  1.855  1.569  333  1.902 
012  SP 050 - SPA 166/042 (SÃO BENTO DO SAPUCAÍ) DER-DR.6  3.606  775  4.381  3.754  806  4.560  3.886  834  4.720 
013  SP 050 (S.A.PINHAL) - SP 123 (PINDAMONHANGABA) DER-DR.6  3.140  435  3.575  3.269  452  3.721  4.966  290  5.256 
015  SP 066 (SÃO JOSÉ DOS CAMPOS) - MONTEIRO LOBATO DER-DR.6  2.152  326  2.478  2.240  339  2.579  2.318  350  2.668 
016  MONTEIRO LOBATO - CAMPOS DO JORDAO DER-DR.6  438  63  501  456  65  521  472  67  539 
845  BR 116 (CACHOEIRA PAULISTA) - CRUZEIRO DER-DR.6  11.019  1.124  12.143  11.472  1.170  12.642  11.875  1.211  13.086 
017  SP 058 (CRUZEIRO) - DIV. MG (TÚNEL) DER-DR.6  3.707  611  4.318  3.859  636  4.495  3.994  658  4.652 
018  BR 116 (QUELUZ) - BR 354(DIV. MG) DER-DR.6  154  13  167  160  13  173  165  13  178 
019  SP 125 (UBATUBA) - SP 099 (CARAGUATATUBA) DER-DR.6  9.018  1.121  10.139  14.898  1.444  16.342  16.042  1.467  17.509 
020  SP 099 (CARAGUATATUBA) - SÃO SEBASTIÃO DER-DR.5  14.426  1.900  16.326  14.334  1.592  15.926  14.731  1.651  16.382 
624  SÃO SEBASTIÃO - MARESIAS DER-DR.5  7.091  720  7.811  4.158  527  4.685  4.472  496  4.968 
623  MARESIAS - RIVIERA DER-DR.5  11.628  1.015  12.643  11.940  595  12.535  11.818  557  12.375 
641  RIVIERA - BERTIOGA DER-DR.5  18.341  1.681  20.022  18.442  2.227  20.669  18.835  2.087  20.922 
068  FIM TRECHO CONCEDIDO - MONGAGUÁ DER-DR.5  39.648  3.766  43.414  41.933  3.870  45.803  38.333  3.956  42.289 
022  MONGAGUÁ - ITANHAÉM DER-DR.5  24.735  4.537  29.272  25.538  4.684  30.222  26.215  4.808  31.023 
Fonte: http://www.der.sp.gov.br/Website/Acessos/MalhaRodoviaria/VolumeDiario.aspx

AS FAIXAS ETÁRIAS E OS HÁBITOS DE CADA FAMÍLIA:

Uma das características significativas é a Faixa Etária dos moradores do condomínio.

Pessoas idosas são geralmente aposentadas e produzem quase nenhum VDM. Suas atividades diárias se resumem em pequenas locomoções e os mais ativos frequentam praças de atividades geralmente dentro do próprio condomínio. Podem, em condomínos mais abastados, produzirem VDM de homecare, isto é, cuidadores que vêm diariamente para cuidades da higiene, saúde e alimentação.

Casais jovens e ainda sem filhos produzem um baixo VDM, geralmente 2 por pessoa, pois sua movimentação se resume na saída do trabalho pela manhã e chegada do trabalho à tarde.

Condomínios mal equipados e que não dispõem de infraestrutura básica como padaria e açougues dentro do próprio condomínio produzem VDM para as pequenas necessidades diárias como buscar pão e leite fora do condomínio produzindo VDM adicional àqueles 2 por pessoa. Casais práticos não fazem o desjejum na própria casa e saem para o trabalho parando numa padaria a caminho.

A existência de serviço de entrega de pão e leite dentro do condomínio elimina a necessidade do casal mas produz um VDM do veículo de serviço que entra e fica circulando dentro do condomínio.

Já os casais com filhos pequenos (recém nascidos e bebês) produzem, além das saídas para o trabalho, idas a berçários e creches que quando não estão localizados dentro do próprio condomínio são levados para fora na mesma viagem de ida ao trabalho. Produzem, portanto, 2 VDM por pessoa.

Não podemos esquecer dos auxiliares domésticos como as diaristas, faxineiras, cozinheiras, lavadeiras e passadeiras.

Os casais com filhos em idade escolar são os que produzem mais VDM pois além da saída para o trabalho, os filhos são levados à escola, em viagem que nem sempre coincidem com o horário do trabalho ou em veículos que não o de ida ao trabalho sendo transportandos em vans escolares. Além disso, as crianças são incentivadas a fazerem cursos como de línguas e a frequentarem academias de ginástica ou clubes esportivos. Um casal com 2 filhos podem produzir, portanto, até 8 VDM. Com 2 filhos e com todas essas atividades, geralmente a profissão da mãe é "dona de casa" e precisa ir ao supermercado, ir ao cabeleleiro e ir à academia ou ir à Faculdade para preparar seu futuro pois essa de "cuidar de filho" é uma tarefa temporária e, logo logo, ela ficará livre.

Não podemos nos esquecer que há saídas "familiares" como cuidar ou visitar a mãe idosa em outro bairro, visitar amigas para uma "conversa", saídas "financeiras" como passar no banco para sacar um dinheirinho e fazer uma aplicação e outras saídas sociais como participar de uma reunião no Sindicato, na Associação Comercial ou colaborar com associações do terceiro setor e entidades beneficentes.

Por fim, os casais com filhos adolescentes produzem, além de todas as saídas produzidas por um casal com filhos em idade escolar, outras saídas como as saídas noturnas, por exemplo para jantarem fora ou para passeio e lazer como cinema e também saídas ao final de semana para passeios e atividades de grupo.

Tudo isso é, geralmente "pensado" quando o Arquiteto e o Urbanista "criam" o condomínio e dotam ele da infraestrutura básica, mínima e necessária para que todos tenha uma vida saudável, funcional e confortável.

Obviamente, tudo isso é pensado não num momento estanque imutável mas ao longo de períodos como 10 anos e 25 anos quando ocorrem transformações e mudam o Perfil Etário do Condomínio.

Veja mais detalhes sobre as Faixas Etárias em .

O TAMANHO DO CONDOMÍNIO:

Alguns condomínios são pequenos, como aqueles de um prédio com apenas 4 apartamentos. Estes dispensam porteiros, recepcionistas e até seguranças. A porta de entrada é provida de uma campainha ou intercomunicador para comunicação direta com cada condômino.

Existem condomínios imensos, como os condomínios horizontais que são formados por centenas e até milhares de casas. São condomínios geograficamente enormes e entre a portaria e a última casa pode ter vários quilômetros. Nesses não é possível imaginar a van escolar parar na portaria e ficar esperando que os alunos caminhem esses quilômetros da casa até a portaria. Ao mesmo tempo não é possível imaginar os auxiliares domésticos chegando todo dia pela manhã e terem que caminhar vários quilômetros da portaria até suas casas de trabalho.

É razoáve que vans escolares e até o ônibus do transporte coletivo entrem no condomínio e circulem pelas ruas internas. Esta necessidade é mais necessária no caso de parentes e amigos que vêm visitar moradores do condomínio. Imaginem numa noite fria e chuvosa a minha irmã que combinamos jantarmos juntos na nossa caisa carregando a lazanha e seu marido a garrafa de vinho andando esses quilômetros da portaria até nossa casa.

Então, como fica a questão da segurança?

Um condomínio grande e geograficamente espalhado precisa ter várias portarias e cada uma com um nível de exigência. Existem condomínios enormes com apenas uma única portaria e "sair" ou "entrar", principalmente na hora do rush é um verdadeiro tormento.

As normas técnicas do DNIT - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes estabelecem "classes" de vias em função do VDM e para cada classe apresenta quesitos importantes como a necessidade de faixas para travessia de pedestres, semáforos para organizar a passagem em um cruzamento e bloqueio de acessos, seja de caminhão em Via Local ou de pedestres em Via Expressa. Veja um desenho esquemático que mostra os quesitos principais de cada Classe:

No caso presente, de vias internas de um condomínio, nos interessa, principalmente, as características da Via Particular e também as características da Via Local. Em condomínos grandes devemos considerar as características da Via Coletora. Veja mais características e em especial as velocidades máximas permitidas pelo CONTRAN em .

Veja as caracteristicas da Via Particular em .

Veja as caracteristicas da Via Local em .

Veja as caracteristicas da Via Coletora em .

A partir de qual VDM devemos considerar cada classe de via?

O diagrama a seguir mostra as principais características (com itens obrigatórios e outros opcionais) como acostamento e canteiro central tudo em função do VDM:

Veja mais detalhes sobre as características em função da Classe em .

Além das características do que ocorre no Leito Carroçável é importante considerar o que acontece no Passeio Público.

Existe norma do DNIT que define Níveis de Serviços para pedestres em deslocamento (andando) e para pedestres aguardando (parados).

NIVEIS DE SERVIÇO EM DESLOCAMENTO NÍVEIS DE SERVIÇO AGUARDANDO

Veja mais detalhes sobre Níveis de Serviço de Pedestres em .

O passeio público, lembora não tenha relação com o VDM também merece uma atenção especial. Seu uso é multiplo e diversos tipos de usuários fazem uso do passeio público.

Veja um desenho com os muitos tipos de uso que é feito, normalmente, em uma Via Pública:

Veja mais detalhes sobre o uso da calçada em .

 

NOTA: Este site é mantido pela equipe do engenheiro Roberto Massaru Watanabe e se destina principalmente para estudantes. Pelo caráter pedagógico do site, seu conteúdo pode ser livremente copiado, impresso e distribuido. Só não pode piratear, isto é, copiar e depois divulgar como se fosse de sua autoria.


ET-10\RMW\trafegando\CalculoVDM.htm em 02/11/2016, atualizado em 02/11/2016 .