Do ar que entra nos pulmões. Dentro dos pulmões existem pequenos saquinhos denominados alvéolos que tem a função de efetuar a troca gasosa. O alvéolo pega a molécula do oxigênio que está no ar inspirado (trazido para dentro) e entrega para a hemácia e ao mesmo tempo recebe a molécula do gás carbônico da hemácia e joga no ar que está no pulmão, pronto para ser expirado (jogado para fora). É fácil fazer essa troca? Não! O ar tem muito pouco oxigênio. Só para vocês terem uma idéia, o Ar Puro, da montanha, só dispõe de 20,93% de oxigênio.

Isto quer dizer que em 1.000 litros de ar puro só encontramos 209 litros de oxigênio.

Quando respiramos, enchemos e esvaziamos os pulmões umas 14 vezes por minuto. Ora a capacidade (o volume) dos pulmões varia de pessoa para pessoa, mas para efeitos didáticos vamos considerar uma pessoa com pulmões de 600 ml (uma garrafa de cerveja). Nesse ritmo, essa pessoa consegue inspirar e expirar cerca de 8 litros de ar por minuto.

Vamos chamar essa capacidade de Capacidade Pulmonar Efetiva. Na verdade, os pulmões têm uma capacidade total de uns 6 litros mas durante uma respiração "normal" a gente não inspira fundo enchendo totalmente os pulmões e também não expira por completo esvaziando totalmente os pulmões.

É claro que a capacidade pulmonar varia de pessoa a pessoa pois as pessoas possuem pulmões de tamanhos diferentes pois tem corpo de tamanhos diferentes. Além disso, as pessoas não usam toda a capacidade dos pulmões durante a respiração. Normalmente a gente não inspira fundo e nem expira totalmente, ou esvazia totalmente os pulmões.

Dizer que consegue movimentar 8 litros por minutos é a mesma coisa que dizer 480 litros por hora.

Veja na tabela seguinte o volume de ar que entra e sai do pulmão em função de determinadas atividades físicas:

Tabela 2 – Capacidade Pulmonar. Volume de ar que o pulmão movimenta por hora em função do tipo de atividade.

O QUE AFETA

Muitas coisas podem afetar a Capacidade Pulmonar, impedindo que o ar inspirado possa ser absorvido pelos alvéolos.

Enfisema – Doença que enrijece os alvéolos e outros tecidos. O pulmão perde capacidade de captar oxigênio, a pessoa sente falta de ar.

Bronquite – É a inflamação dos brônquios, uma especie de tubo que liga a traqueia aos pulmões. Ao inflamar, a traquéia fecha a passagem do ar e a pessoa sente falta de ar. O organismo produz tosse na tentativa de expelir algo que ele pensa que está obstruindo a passagem do ar. A bronquite pode ser causada por algum virus ou bactéria que se instala nos brônquios ou por alguma outra doença.

Asma – É a inflamação dos tecidos que compõem o pulmão. Essa inflamação fecha a passagem do ar impedindo que o ar chegue até os alvéolos. A pessoa sente falta de ar. O asmático carrega a famosa "bombinha" que injeta anti-inflamatórios que aliviam a crise.

Diminuindo a quantidade de oxigênio disponível no ar, o corpo humano vai passando por diversos estágios, a princípio apenas sofrendo, depois causando edemas e lesões.

Veja, na tabela seguinte, o que acontece com a pessoa que fica num ambiente que vai diminuindo paulatinamente a quantidade de oxigênio.

IMPORTANTE! Estas e outras causas clínicas você pode encontrar em qualquer compêndio médico mas o que eu tenho encontrado frequentemente são causas relacionadas ao ambiente em que a pessoa dorme ou trabalha.

Grande parte das casas e prédios construídos no Brasil são cópias de projetos e obras construídas na Europa e Estados Unidos onde o clima é bastante diferente do nosso. As casas de lá são construídas para protegerem as pessoas do rigor do inverno. Além disso, as escolas de engenharia, de arquitetura e de construção civil brasileiras negligenciam questões importantes para a salubridade da edificação como a insolação e a ventilação naturais.

Resultam então, projetos e construções com ambientes inadequados para a vida humana. Compartimentos que não oferecem as mínimas condições de salubridade, não consideram o fluxo predominante de vento na região, a existência de prédios altos na vizinhança, um bosque nas proximidades, janelas que não proporcionam a renovação mínima de ar com o exterior e em muitos casos emprega-se sistemas condicionadores de ar que não permitem, ou não oferecem, a troca mínima de ar com o meio externo.

Triste mesmo é encontrar hospitais e casas de saúde com quartos totalmente inadequados, sem a insolação e a renovação de ar necessárias para a boa recuperação da saúde dos pacientes e talvez tenha médicos que ficam entuxando remédio e reclamando que o paciente não apresenta a melhora esperada, que a respiração continua ofegante, com catarro, etc. sem saber que é o quarto é que não proporciona uma boa oxigenação, isto é, o quarto não permite que ar de qualidade chegue até os pulmões do paciente.