POÇO ARTESIANO |
Acompanhe as explicações pelo desenho a seguir: |
Quando a água da chuva infiltra no terreno, vai percolando (fluindo dentro do solo poroso) até encontrar uma camada de material impermeável (não poroso). Nesse ponto a água poderá ficar retida, acumulada formando um lago subterrâneo ou escoar na forma de rio subterrâneo até encontrar um barranco onde ela poderá brotar na forma de mina d'água. A água retida por camadas impermeáveis é conhecida como água freática ou lençol freático. Um poço cavado no terreno até encontrar água do lençol freático é um Poço Freático. Às vezes encontramos água a poucos metros de profundidade. Dizemos que é um Poço Raso. Outras vezes só encontramos água a grandes profundidades (200 metros ou mais). Dizemos que é um Poço Profundo. Cuidado! O poço pode ser muito profundo mas não é a profundidade que caracteriza o poço como sendo um poço artesiano. Um Poço Freático, mesmo que tenha mil metros de profundidade nunca será um Poço Artesiano. |
Como
se forma o artesianismo.
Em alguns lugares encontramos um fenômeno geológico denominado Derrame de Basalto. Em alguma época remota (milhões de anos atrás), a terra rachou e soltou lava derretida. A lava quente foi escoando pela superfície formando uma imensa placa (ou laje) que pode chegar a vários quilometros de comprimento e largura. Depois disso, e também ao longo de milhares de anos, o vento e a chuva foram carregando material arenoso para cima dessa placa de basalto, formando uma camada porosa de areia. Em seguida aconteceu um novo derrame de basalto. A terra abriu novamente e mais lava derretida escoou pela superfície por cima da areia e cascalho carregado e depositado pelas chuvas. Veja no desenho acima, que as duas placas de basalto (representadas na cor marrom para efeitos didáticos) com areia no meio formou uma espécie de "sanduiche" onde a água que percola pela areia ficou confinada (presa) não tendo por onde sair pois as camadas de basalto são impermeáveis. Em algum lugar à montante (parte mais alta do terreno), as chuvas que caem conseguem entrar nessa camada de areia e a água da chuva vai percolando por muitos quilometros através dessa camada. Ao abrirmos um poço à juzante (parte mais baixa), a água pode jorrar para fora, devido à diferença de cota (altura) que produz uma pressão hidrostática. Observe que para chegar na água que está na parte confinada, o poço tem que furar a camada de basalto que fica em cima. O basalto é uma rocha que é mais duro que o granito, necessitando, por isso, de brocas especiais. Esse poço é o Poço Artesiano. O nome se dá em homenagem a Artésia, cidade da França onde o fenômeno (artesianismo) foi descoberto. |
O SUBSOLO GEOLÓGICO
O estado de São Paulo sofreu, no passado remoto (já milhões de anos atrás), diversas ações geológicas com erupções de derrames de basalto e erosões pelas intempéries que deixaram inúmeras camadas de materiais no subsolo.
Especificamente, os diversos derrames de basalto ocorreram em diversas eras geológicas formando um "super" sanduiche de diversas camadas. O desenho a seguir dá uma pequena idéia dos diversos derrames ocorridos e a camada de areia resultante recebem nomes como Arenito Botucatu, Arenito Bauru. São placas imensas com centenas de quilometros tanto na largura como no comprimento. Quando você estiver visitando as Cataratas do Rio Iguaçu poderá ver as inúmeras camadas de derrame de basalto. |
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Conheça o autor do site:
Roberto Massaru Watanabe é formado em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo - Turma de 1972, possui especialização em Hidrologia e participou do projeto das grandes obras hidráulicas da engenharia nacional como o Sistema Cantareira de Abastecimento de Água para a Grande São Paulo, Emissário Submarino de Efluentes da cidade de Santos, Sistema de Captação de Água para a Aracruz Celulose e reservatórios de água das hidrelétricas de Ilha Solteira, Itaipú e Tucurui.
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ET6\roberto\artesiano\artesia.htm em 06/01/2003, atualizado em 31/12/2020.