Efeitos do Rebaixamento do Lençol Freático
 
1 – O QUE É LENÇOL FREÁTICO
De toda a água que cai numa chuva, uma parte infiltra no terreno e o resto escoa pela superfície.
A parte que corre pela superfície vai formar a enxurrada e a parte que infiltra vai formar o lençol freático.

A água que infiltra não fica parada dentro do terreno. Ela escoa, flui, formando uma rede de percolação até encontrar um barranco ou a beira de um rio onde a água aflora (sai) na forma de mina, também conhecida como bica.
O desenho (ou trajetória) do lençol freático varia muito em função do tipo de material que constitui o subsolo. Encontramos materiais bastatne permeáveis como as areais e siltes onde a água flui com facilidade e encontramos materiais impermeáveis ou semi-impermeáveis onde a água não flui ou encontra dificuldades para fuir.
Ao percolar pelo terreno, a água forma pequenos canalículos (canais muito finos) como se fossem veias e a água exerce uma certa pressão sobre o terreno.
O desenho ao lado apresenta uma situação comum de prédio com subsolos atingindo a camada de lençol freático.

Caixa de texto:

2 – O QUE É REBAIXAMENTO DO LENÇOL FREÁTICO  
Quando fazemos um buraco no chão, o mesmo vai ficar cheio de água até um certo nível. Este é o nível do lençol freático do local. Este é um poço freático.

Caixa de texto:

Caixa de texto: O rebaixamento do lençol se torna necessário quando desejamos executar uma obra de grande profundidade no terreno. Se o lençol freático for raso, a escavação vai ficar cheia de água e não será possível desenvolver qualquer tipo de trabalho.
Caixa de texto: Então, instalamos bombas (muitas, se for o caso) que funcionando 24 horas por dia, jogarão para fora toda a água que minar das paredes da escavação.
Dessa maneira é possível trabalhar no “seco”.
Esse bombeamento de água de dentro de um buraco para fora é conhecido como Rebaixamento do Lençol Freático.

3 – EFEITOS DO REBAIXAMENTO DO LENÇOL FREÁTICO.
Qualquer rebaixamento do lençol freático deve ser executado com muitos cuidados.
Como é feito?
A maioria dos rebaixamentos é feito empregando-se bombas de grande profundidade que são instaladas em poços de diâmetro relativamente pequenos, coisa do tipo 10 centímetros. É feito uma fileira de bombas, a intervalos regulares, de forma a formar uma espécie de “cortina de bombas”.

Depois de alguns dias, o resultado é algo parecido com o apresentado na figura seguinte:  
Como se pode observar na figura, o lençol freático natural que era horizontal passa para um nível mais baixo com uma curvatura que tem vértice no bocal da bomba. Parte do terreno que antes tinha água passa a não ter. Ao secar, o terreno apresenta uma série de problemas. Veja alguns deles:
·        O terreno em volta sofrerá um adensamento e uma perda da capacidade de sustentação;
·        A morte da vegetação existente nas proximidades, em especial das árvores de porte, que ficaração sem água nas suas raízes;
·       
Afundamento do leito carroçável (piso da rua) provocando desastres com veículos e pessoas;
·       
Rompimento de tubulação de concessionárias (rede de esgoto, rede de água, rede de águas pluviais, redes de gás, rede de telefonia, rede de TV a cabo, etc.);
·        Recalques diferenciais (afunbdamento parcial) de casas e sobrados;
·        Rachaduras nas paredes das casas e sobrados;
·        Afundamento e trincas em pisos das casas;
·        Queda de muros, de jardineiras e de guaritas de condomínio.
Elementos estruturais apoiados diretamente no solo, como piso cimentado, baldrame, sapata e outros como jardim, guarita, churrasqueira, piscina, etc. poderão afundar devido ao ressecamento do terreno. Edificações de pequeno porte apoiadas sobre fundações diretas rasas também poderão sofrer reclaques diferencias com o surgimento de muitas trincas ou mesmo vindo a desmoronar.
Em regiões em que há desníveis do terreno como terrenos inclinados, em aclive ou declive e particularmente em regiões baixas próximas a rios e córregos, o rebaixamento pode assumir proporções catastróficas inclusive com casas afundanto para dentro do terreno.
Os efeitos danosos do rebaixamento do lençol freático se faz sentir em todos os lados da obra.

A – Veja alguns efeitos à jusante, isto é, no lado de baixo da obra:
Efeito à Jusante

B - Veja alguns efeitos à montante, isto é, no lado de cima da obra:
Efeito à Montante

Veja o curioso caso de Cajamar - Casos
Veja o problema que afeta todo o bairro de Moema - Casos

NOTA DO AUTOR: As dicas acima são meramente ilustrativas e só tem valor didático. Pelo aspecto pedagógico envolvido, as matérias e figuras podem ser livremente copiadas, impressas e distribuídas - Só não pode ser pirateada, isto é, copiar e distribuir como se fossem de sua autoria.


ET-9\www\roberto\pericias\lfefeitos.htm em 24/09/2000, atualizado em 24/08/2012