Prezados companheiros do grupo GEROI-Brasil:logoGEROIpequeno.JPG (7568 bytes)

FotoRMW.JPG (20091 bytes)

O UFANISMO - 3

      Eu tenho andado muito por aí e observado que

"Não sabemos o que queremos, mas sabemos o que não queremos".

Toda aquela influência européia, todos aqueles modismos reinantes no princípio do século XX foram duramente combatidos durante a realização da Semana da Arte Moderna entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 1.922.

cartazsemana22.jpg (21845 bytes)

A voz que não podia calar bradava pelo respeito, pela valorização das coisas brasileiras.

Cassiano Ricardo, exaltado, anunciava em sua obra Martim Sererê: "A india Uiara tinha os cabelos mais verdes que as nossas matas e os olhos mais amarelos que as nossas riquezas" numa demonstração exagerada, ufanista e irreal. Mais tarde veio a ceder às críticas e essa versão sobreviveu somente até a terceira edição do famoso romance.

Outros "exaltados", também adeptos ao lema "Não Sabemos" foi Victor Brecheret que fez questão de exaltar o trabalho das Bandeiras. Construiu um enorme monumento:

monbandeiras.jpg (44485 bytes)

Infelizmente pouco divulgada, a história das Bandeiras, que eram Grandes Expedições Exploradoras formadas por até 6.000 pessoas, permitiram aumentar o tamanho do território brasileiro para 8.500.000 de quilômetros quadrados, antes limitados a parcos 2.500.000 de quilômetros quadrados pelo Tratado das Tordesilhas celebrado entre Portugal e Espanha, os donos do mundo à época.

tordesilhas.jpg (45633 bytes)

Veja, se este tratado estivesse ainda em vigor, mais de 60% do Brasil seria espanhol. Você do Rio Grande do Sul, do Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Tocantins, Pará e grande parte do interior de São Paulo estaria falando castelhano. Bem, talvez estivesse sendo melhor recebido no aeroporto de Madri.

(Creio que esses Tratados, assim como o de Itaipu com  o Paraguai e o da Petrobrás com a Bolívia sempre resultaram em prejuízos para o Brasil).

Foi desse período o surgimento do primeiro herói brasileiro, MACUNAÍMA, obra do também defensor da Brasilidade, Mario de Andrade.

Pela primeira vez na história do Brasil assistíamos ao pipocar da Brasilidade. Um movimento expotâneo de exaltação do Brasil.

Oswald de Andrade fundou o Movimento Nativista Pau Brasil, Tarsila do Amaral com sua tela Abaporu, Mário de Andrade com Paulicéia Desvairada, Alfredo Volpi com as famosa Pintura de Bandeirinhas de Festas Juninas, Victor Brechret com a sua busca da identidade nacional, Cândido Portinari, autor do painel Guerra e Paz no saguão da sede da ONU, comandando a corrente mais radical do Brasilianismo.

Essa onda toda de Brasilidade propagou-se rapidamente atingindo setores tradicionalmente conservadores como os militares. Descontentes com o estado de abandono que se encontrava o Exército Brasileiro, os oficiais se ressentiam de uma política mais eficaz e mostravam-se descontentes com a nomeação do civil Pandiá Calógeras para o Ministério da Guerra pelo presidente Epitácio Pessoa. Eu não sei se a situação de hoje, com nossas fronteiras escancaradas e nosso valoroso e caro exército correndo atrás de traficantes, é muito diferente.

Foi nesse quadro de crescente insatisfação com as condições do Exército e com a política do governo que eclodiram diversos levantes militares. A presença significativa de tenentes na condução desses movimentos deu origem ao termo "tenentismo". Os principais movimentos tenentistas foram os levantes de 1924 e a Coluna Prestes.

O principal objetivo dos tenentes era derrubar o governo. Mas que tipo de governo desejavam implantar no país? Em suas formulações percebe-se que nem eles mesmos sabiam muito bem o que queriam. Eram pródigos na ação e na crítica mas econômicos na proposição. Não havia um programa muito claro, apenas algumas idéias gerais. Eram homens formados na caserna. Suas formulações derivavam principalmente dessa situação. Acreditavam que sua ação era parte de uma missão que salvaria o país. Uma coisa era clara: se opunham ao predomínio de Minas Gerais e São Paulo e, entre outras reformas, defendiam o voto secreto, a independência do Poder Judiciário e um Estado mais forte.

Essa onda de insatisfação foi crescendo aos poucos inclusive no seio da população como um todo.

No dia 23 de maio de 1932, estudantes reunidos na Praça da República em São Paulo, realizavam protestos pacíficos contra o estado de coisas existente no País. Por exemplo, não tinhamos ainda uma Constituição Democrática, feita pelas mãos do povo, uma Constituição Cidadã.

Covardemente atacados pela força militar, 4 estudantes foram mortos: Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo. Na seqüência, granha força o movimento popular que se tornou conhecido como MMDC, iniciais dos estudantes mortos. Foi a Revolução Constitucionalista de 1932.

No dia Nove de Julho explode uma revolta contra o poder central e as forças paulistas lutaram durante três meses contra o exército do Governo Provisório de Getúlio Vargas. Derrotados na batalha mas vitoriosos na mensagem, conseguiram disseminar por todo o Brasil a necessidade de uma nova Constituição.

mmdcconvocacao.JPG (42914 bytes)

 

Prossiga vendo o UFANISMO-4.

 

<INÍCIO> <UFANISMO 1> <UFANISMO 2> <UFANISMO 3> <UFANISMO 4> <UFANISMO 5> <UFANISMO 6> <UFANISMO 7> <UFANISMO 8> <ULTIMO>

<UFANISMO 9>  <UFANISMO 10>   <UFANISMO 11>

Página atualizada em 09/05/2009


Esta é uma página pessoal que contém uma opinião essencialmente pessoal a cerca do tema Ufanismo.
As opiniões são, no fundo, "provocações" feitas aos nobres companheiros rotarianos e também àqueles que trabalham de forma voluntária para a melhoria da qualidade de vida da comunidade e são baseadas em contatos, estudos e experiências pessoais e vale-se da liberdade proprocionada pela WEB. Ninguém é obrigado a aceitar, nem se pretende afirmar que as opiniões aqui colocadas sejam verdadeiras. Agora, se você gostou, pode imprimir, copiar e divulgar à vontade - o endereço é www.ebanataw.com.br/ufanismo.
Roberto Massaru Watanabe
Watanabe é engenheiro e como tal participou do projeto das grandes obras da engenharia nacional como a Rodovia dos Imigrantes e as hidrelétricas de Ilha Solteira, Itaipú e Tucurui. Nesses empreendimentos, adquiriu muita prática no planejamento, treinamento e condução de grandes equipes.

Ele anda meio indignado com alguns exageros cometidos por alguns políticos brasileiros e deseja ver a luz no fim do túnel trilhando uma via lastreada em respeito, valores familiares, liberdade de sonhar e a esperança de um amanhã melhor.
Se você também procura essa luz, veja a Carta de Princípios em www.ebanataw.com.br/carta.

logoGEROIpequeno.JPG (7809 bytes) 

RMW\GEROI\ufanismo3.htm em 21/07/2006, atualizado em 09/05/2009 .